Os quatro irmãos indígenas que foram encontrados na sexta-feira (9) na Floresta Amazônica, na Colômbia, após 40 dias perdidos na selva, tinham conhecimentos de sobrevivência, segundo opinião do Sargento Valmir Selva, coordenador do CISSE (Centro de Instrução e Sobrevivência na Selva. Em entrevista à rádio BandNews FM, Selva destacou que as crianças, principalmente a filha mais velha, Lesly Mucutuy, de 13 anos, foram educadas a sobreviver na mata.
“As mulheres indígenas são muito guerreiras, são preparadas desde a sua infância. É muito difícil sobreviver em ambiente de selva. Os indígenas aprendem desde pequenos a sobreviver da caça e pesca e a extrair alimento da floresta." (veja a entrevista no vídeo abaixo):
Pentágono da sobrevivência
O sargento destaca cinco pontos essenciais para a sobrevivência de quem está perdido na floresta.
- Obter fogo. Se tiver fogo alguém vai estar t eprocurando, pode preparar material e espantar os animais
- Abrigo. Tem que saber fazer abrigo. Os militares colombianos encontraram vários abrigos que as crianças fizeram
- Conseguir obter alimentos
- Obter água
- Saber se orientar.
"A água é abundante na Amazônia. Sem água seria impossível. As crianças também tinham noção das frutas que poderiam comer, principalmente a sorva.
“Se não conhecer os alimentos está fadada a morrer em menos de uma semana. Uma dica é comer as frutas que tenham sido bicadas pelos pássaros."
Irmãos brasileiros se salvaram
No ano passado, dois irmãos brasileiros, Gleison Carvalho Ferreira, de 9 anos, e Glauco Carvalho Ferreira, de 7 anos saíram para capturar passarinhos e ficaram perdidos por 26 dias em situação de sobrevivência na Selva Amazônica, no município de Manicoré, a 332 quilômetros da capital amazonense.
Segundo o Exército Brasileiro, os irmãos tomaram água da chuva superam as adversidades comendo a sorva, uma fruta amazônica com propriedades medicinais e fitoterápicas. A fruta possui um látex comestível, importante fonte de alimento para nativos e ribeirinhos.
Mesmo assim, as crianças foram encontradas desnutridas e levadas para um hospital de Manaus.