Enchentes no Rio Grande do Sul causaram prejuízos de mais de R$ 3 bilhões ao varejo

Consequências afetam também a infraestrutura e o abastecimento dos estabelecimentos comerciais

Agência Brasil

Enchentes em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul
Gustavo Mansur/ Palácio Piratini

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima perda diária de receitas na ordem de R$ 123 milhões, acumulando um prejuízo de R$ 3,32 bilhões no mês de maio com as enchentes no Rio Grande do Sul.

As consequências afetam também a infraestrutura e o abastecimento dos estabelecimentos comerciais, com queda abrupta de 28% no fluxo de veículos de carga nas estradas do estado, segundo dados preliminares da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

“O impacto das enchentes no Rio Grande do Sul é devastador, não só em termos de perdas humanas e financeiras, mas também no que diz respeito à infraestrutura vital para o funcionamento do comércio”, afirma o presidente da CNC, José Roberto Tadros. “A confederação, não apenas por meio das estruturas do Sesc e do Senac, mas as federações de comércio de todo o país, está dedicando todos os esforços possíveis para auxiliar o povo gaúcho na reconstrução de suas vidas”, acrescenta Tadros.

O Rio Grande do Sul é a quinta unidade da federação em termos de movimentação financeira anual. Em 2023, o comércio gaúcho movimentou R$ 203,3 bilhões, representando 7% do total do volume de vendas no varejo brasileiro. Conforme o economista da CNC responsável pelo estudo, Fabio Bentes, as perdas impostas pela tragédia climática deverão trazer o volume de vendas local ao nível observado no primeiro semestre de 2021, prejudicando a recuperação econômica da região.

Até o início do segundo trimestre, o restante do Brasil mostrava sinais de recuperação no comércio varejista. Segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta quinta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de vendas no comércio varejista brasileiro cresceu 0,9% em abril. O desempenho é o quarto avanço mensal consecutivo no ano. A última vez em que o comércio experimentou quatro meses de crescimento no começo do ano foi em 2012.

A redução das taxas de juros, que recuaram para 52,95% ao ano em abril de 2024, tem ajudado a aliviar o orçamento familiar. Com a taxa de desocupação no menor nível em 10 anos, a continuação da recuperação do varejo dependerá da trajetória dos juros e da inflação. Assim, a CNC mantém a expectativa de crescimento do volume de vendas em 2,1% para este ano.

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