Enchentes começam a recuar na BA, e cenário é de caos e destruição nas cidades

Há lama e entulho por todos os lados e falta água potável; quase 92 mil pessoas estão fora de suas casas

Da redação*

Com o trégua das fortes chuvas que atingiram a Bahia no fim de semana, a água começa a baixar, deixando ainda mais evidente toda a destruição provocada pelas enchentes. Há lama e entulho por todos os lados e falta água potável. O número de mortos chegou a 25, enquanto quase 92 mil pessoas estão fora de suas casas. O número total de afetados é de cerca de 650 mil.

A região sul da Bahia, mais castigada pelas chuvas, não teve ter chuvas no último dia do ano, com previsão de céu aberto. Milhares de desalojados estão vivendo em abrigos improvisados, onde passarão a virada de 2022. 

O entulho retirado das casas continua amontoado pelas ruas, e a população pede água potável. Em Itabuna, no sul da Bahia, o cenário de algumas ruas dá a impressão de que houve um bombardeio. Mas foi o que transbordou do rio durante a chuva e destruiu várias casas.

A Secretaria de Meio Ambiente da Bahia confirmou que está fiscalizando barragens irregulares e clandestinas nas regiões afetadas pelas chuvas. Foram identificadas pequenas barragens em situação crítica, com o nível da água chegando ao limite; algumas delas já estariam transbordando ou apresentam problemas estruturais e de manutenção. A Defesa Civil também foi acionada para o monitoramento.

Em Sambaituba, bairro da zona rural do município baiano de Ilhéus, a enchente do Rio Almada, que margeia a região, já está recuando, mas as casas mais próximas do rio ainda estão com a água na altura do telhado. Em outras ruas, onde a água também chegou próximo às telhas das casas, ela já abaixou. Na maior parte do bairro ainda se anda de barco ou com a água, no mínimo, no meio da canela.

“A minha rua se encontra com nível de água alto. Da minha casa eu não pude retirar nada, porque à medida que ia chovendo, a água subia muito rápido, o nível se elevava muito rápido. Então, saímos de lá com a roupa do corpo”, conta Thainara Santos, 26. Ela, o marido e o filho de 7 anos estão abrigados em uma escola local. Ela agora espera as águas abaixarem para ver o que pode salvar dos móveis e eletrodomésticos.

De muitas casas ainda só se vê o telhado. Aos moradores de casas de dois andares, restou a mudança para o pavimento superior, junto com os móveis do primeiro andar. Mas muitos não tiveram essa opção. 

Não bastasse a fúria da natureza contra o bairro simples de Ilhéus, a ação de ladrões traz uma preocupação extra àqueles que precisaram deixar suas casas. Saqueadores estão aproveitando as casas vazias para roubá-las. 

“A nossa situação é lastimável, estamos isolados, ilhados. E além do medo de chover novamente, do nível da água elevar, temos o receio das nossas casas serem arrombadas, porque é o que está acontecendo aqui em Sambaituba”, acrescenta Thainara. *(Com informações de Juliano Dip e Ramon Ferraz, da Band na Bahia, e da Agência Brasil)

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