A deputada federal Joice Hasselmann disse nesta terça-feira (9) ao Manhã Bandeirantes, da Rádio Bandeirantes, que as emendas do relator – julgadas hoje no Supremo Tribunal Federal (STF) – são o “Bolsolão”, ou seja, o Mensalão do presidente Jair Bolsonaro. De acordo com ela, o governo quer permitir o pagamento de valores do chamado “orçamento paralelo” para “comprar parlamentares” para que votem a favor da PEC dos Precatórios, atualmente em tramitação na Câmara.
A PEC propõe o parcelamento do pagamento de dívidas da União é a principal aposta de Bolsonaro para viabilizar parcelas no valor de R$ 400 do Auxílio Brasil, programa substituto do Bolsa Família.
“A PEC dos Precatórios e as emendas do relator, apesar de diferentes, são duas faces da mesma moeda. A PEC dos Precatórios é PEC do calote, da roubalheira, do fura-teto, da compra de votos. Ela autoriza o governo a abrir um rombo gigantesco de R$ 100 bilhões dando calote, inclusive em velhinho aposentado, para pagar um Bolsa Família com outro nome. É tirar dinheiro do pobre para enganar o mais pobre. Isso arrebenta a pouca economia que ainda temos no Brasil. É uma pedalada. E por que a ex-presidente Dilma foi impichada? Porque pedalou! O que a Câmara quer fazer é pegar um crime e transformar em algo legal”, criticou a deputada.
“E emenda de relator é o ‘Bolsolão’. É o mensalão do governo Bolsonaro, com valores muito maiores. É dinheiro para comprar deputado. Ninguém sabe para onde vai, mas sabemos de onde vem: do bolso do povo. Temos 15 milhões de desempregados no país. O Brasil está passando por um processo econômico dos piores da história, e a Câmara, em vez de dar o exemplo e segurar as loucuras do Executivo, se alia a isso para aqueles que lambem a bota do presidente simplesmente recebam valores milionários”, completou.
Joice entrou recentemente na Justiça com um mandado de segurança para tentar barrar a votação da PEC dos Precatórios, mas a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), indeferiu a liminar e manteve a votação.
“Esse é um dos momentos mais indecentes da história da Câmara dos Deputados. Eu disse isso na tribuna, não tenho papas na língua nem medo de ninguém. Entrei na Justiça com um mandado de segurança e, como não tenho frescura sobre quem é o pai do filho, abri para os deputados assinarem. Assinou gente da oposição, da esquerda, da direita.”
“Ontem conversei com a ministra Rosa Weber, ela ficou chocada, mas, como o presidente da Câmara [Arthur Lira] sequer deu as informações que ela pediu, ela indeferiu a liminar, mas o mandado continua correndo. Disseram na imprensa que ela negou, não negou, ela negou a liminar. O que estamos fazendo agora é trabalhando para tentar reverter voto a voto para que não passe em segundo turno.”