O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, convocou o que chamou de “dia da união” para a próxima quarta-feira, 16, em meio à tensão com a Rússia. Em texto publicado no Facebook, o líder ucraniano citou a data como a de uma possível invasão russa, mas não especificou se recebeu novas informações.
“Dizem-nos que 16 de fevereiro será o dia do ataque. Faremos dele o Dia da União. O decreto pertinente já foi assinado. Neste dia, vamos hastear bandeiras nacionais, colocar fitas azuis e amarelas e mostrar ao mundo nossa unidade”, enfatizou Zelensky.
O presidente ucraniano pediu para que a Bandeira Nacional seja pendurada em prédios estatais e demais estruturas. Solicitou, ainda, que o Hino Nacional seja tocado em todo o território do país, às 10h de quarta-feira.
O decreto afirma que “medidas urgentes para consolidar a sociedade ucraniana” são necessárias para “fortalecer a consolidação da sociedade ucraniana, fortalecer sua resiliência diante das crescentes ameaças híbridas, informação e propaganda, pressão moral e psicológica sobre a consciência pública”.
Na última semana, a imprensa americana publicou que havia um temor de que a Rússia invadisse a Ucrânia antes do fim dos Jogos de Inverno de Pequim. O evento se encerra no próximo domingo, 20.
O governo da Rússia, há dias, diz que não pretende invadir o país vizinho. Nesta segunda-feira, 14, Zelensky reiterou o interesse da Ucrânia em ingressar na Otan. Já Vladmir Putin pressiona para que forças do Ocidente não se estabeleçam no Leste europeu.
Ucrânia reitera interesse na Otan
Hoje, Zelensky reiterou o interesse do país em integrar a aliança militar que reúne as principais nações ocidentais, a Otan. Os russos pressionam o membros da organização internacional para que a adesão não aconteça.
Hoje teve reunião entre Zelensky e o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, ocasião em que o alemão defendeu os interesses de Kiev e prometeu sanções imediatas contra a Rússia, caso Putin decrete invasão. Atualmente, cerca de 100 mil soldados treinam na fronteira com a Ucrânia.
Os EUA consideram uma “invasão eminente” da Rússia contra a Ucrânia a qualquer memento. Mais cedo, o primeiro ministro do Reino Unido, Boris Johnson, afirmou que Moscou planeja algo para as próximas 48 horas. Segundo o britânico, o mundo está “à beira do precipício”.
Entenda a crise
A Rússia quer impedir o avanço ocidental no Leste europeu. Devido a isso, o presidente Vladmir Putin é terminante contra a entrada da Ucrânia na Otan, aliança militar formada por países ocidentais.
A região era formada por países da antiga União da Repúblicas Socialistas Soviéticas, que entrou em declínio com o fim da Guerra Fria. Alguns países mantiveram-se sob a influência russa, como é o caso do Belarus, mas outros, inclusive, entraram na Otan, como Letônia e Lituânia.
A Ucrânia segue dividida entre os prós e contra a Rússia. Desde 2013, a fronteira russo-ucraniana registra tensões geopolíticas. Em 2014, o então presidente Víktor Fédorovych Yanukóvytch, pró-Moscou, foi deposto do poder em Kiev. No mesmo ano, a Rússia anexou a Península da Crimeia ao domínio do Kremlin.