Cargas de oxigênio estão chegando a Manaus, mas a situação continua crítica nos hospitais da cidade, com cenas tristes. O fotógrafo Marcos Platiny tentou entrar com o pai doente na UPA Campos Salles, mas não conseguiu salvá-lo. A cena de desespero se espalhou pela internet. As informações são do Jornal da Band.
“Ele chegou lá, e não quiseram atender meu pai, ele ficou agonizando e pedindo socorro, mas o médico não vinha aqui para tentar ajudar, para tentar reanimar para tentar ir para outro lugar, mas a mulher falou que não podia”, desabafou o fotógrafo (assista acima).
Não há mais leitos disponíveis, nem de enfermaria e nem de UTI na rede pública. O serviço de atendimento móvel de urgência, o Samu, já não atende todos os pedidos de socorro. Só em janeiro, as chamadas cresceram 150%. De cada 100 chamados, 95 são de pessoas com sintomas graves da covid-19. Muitas vezes é preciso ficar esperando por horas com o paciente na porta do hospital.
O estoque de oxigênio da capital amazonense segue recebendo reforços. São pelo menos quatro voos diários da Força Aérea Brasileira com o material para abastecer as unidades de saúde. Na noite desta segunda-feira (17), um carregamento com 100 mil m³ de oxigênio chega da Venezuela. Os caminhões seguem por via terrestre e já passaram a fronteira. Apesar da ajuda, a preocupação continua por causa da demanda, que só aumenta.
O Amazonas bateu a marca de 230 mil casos confirmados de covid-19. Só nesses primeiros dias do ano foram mais de 30 mil diagnósticos da doença. Com o colapso na saúde, a capital amazonense vê crescer um número assustador: o de mortes em domicílio.
Para conter o avanço da doença, o toque de recolher que proíbe a circulação e a abertura do comércio à noite, foi prorrogado até o fim de janeiro.