
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou por telefone, nesta terça-feira (4), com Walter Salles, diretor de “Ainda Estou Aqui”, vencedor do Oscar de Melhor Filme Internacional. Na ligação, o petista declarou que a estatueta “lavou a alma do povo e do cinema brasileiro”.
Segundo o Ministério da Cultura, o governo federal convidou a equipe do longa para uma celebração em Brasília, mas ainda não tem data definida.
“Querido Walter, quando a gente percebe que um brasileiro é capaz de se superar numa arte que, até então, me parece que só americano ganhava. Então, eu quero te dizer que foi uma noite de ouro. Acho que você já fez outras coisas muito importantes, mas, dessa vez, você conseguiu lavar a alma do povo brasileiro e do cinema brasileiro, e recuperar de uma forma muito, mas muito importante, a história do Rubens Paiva”, disse Lula.
“E você conseguiu dar a seriedade e a leveza necessária no comportamento da Fernanda Torres para representar Eunice Paiva. Eu que conhecia a família é uma coisa estupidamente fantástica. Extraordinário, querido. Acho que você fez história”, completou Lula.
Na ligação, Lula afirmou ao Walter Salles que ficou muito orgulhoso da conquista de “Ainda Estou Aqui” no Oscar. Em resposta, o diretor declarou que ficou honrado com as palavras do presidente.
“Essas palavras eu compartilho com uma equipe talentosíssima, extraordinária, na frente e de trás das câmeras. Eu tive muita sorte de ter a possibilidade de contar essa história e tentei honrá-la com a ajuda dessas pessoas que levaram o nosso filme”, pontuou Walter Salles.
Oscar de Filme Internacional
O Brasil fez história durante a cerimônia do Oscar neste domingo (2). “Ainda Estou Aqui” venceu a estatueta de Melhor Filme Internacional, o que representa a primeira vitória do país em toda a trajetória da maior premiação do cinema.
O longa enfrentava forte concorrência de “Emilia Pérez”, que era considerado favorito na categoria no início da temporada até ser envolto por diversas polêmicas. Concorriam também “Flow” (Letônia), “A Garota da Agulha” (Dinamarca) e “A Semente do Fruto Sagrado” (Alemanha).
“Obrigado, em primeiro lugar, em nome do cinema brasileiro, em um grupo tão fantástico de cineastas. Eu dedico esse prêmio a uma mulher que, depois de uma perda durante a ditadura, decidiu não se curvar e resistir. Esse prêmio é dedicado à Eunice Paiva. E eu dedico esse prêmio às duas mulheres extraordinárias que deram vida a ela: Fernanda Torres e Fernanda Montenegro”, disse Walter Salles em seu discurso de vitória.
“Ainda Estou Aqui” conta a história real de Eunice Paiva, que precisou se reinventar após o marido, Rubens Paiva, ser preso e morto pela Ditadura Militar e lutou para manter a família unida e para que o mundo soubesse a verde sobre o que aconteceu.