Vulcão Cumbre Vieja muda o mapa de La Palma, nas Ilhas Canárias

Ilha espanhola enfrenta desde 19 de setembro erupção no mais importante território do arquipélago de Canárias

Abinoan Santiago

Quase dois meses depois de entrar em erupção em 19 de setembro, o vulcão Cumbre Vieja na ilha espanhola La Palma, no arquipélago de Canárias, continua em atividade, e mais estragos são contabilizados todos os dias.

A atividade do vulcão permanece tão intensa que, entre 17 e 18 de novembro, o Instituto Nacional Geográfico (IGN) da Espanha registrou 230 terremotos na área afetada pela reativação vulcânica em La Palma. 

Segundo o IGN, ainda não existe previsão para o vulcão adormecer novamente, mas os últimos relatórios das equipes que o monitoram mostram estabilidade. Uma das frentes de vigilância do Cumbre Vieja busca contabilizar os rastros de destruição causados pela lava e pelas cinzas. 

Mudanças naturais na ilha 

Ao longo do tempo em atividade, o Cumbre Vieja teve dois picos de erupção, criando rios de lava que desceram a montanha em direção ao Sul da ilha de La Palma, localidade mais afetada pelo desastre.

De acordo com o governo local, a região atingida pela lava já alcançou uma área de 1.019 hectares, sendo 305 apenas de plantações, causando um abalo na cadeia produtiva na região.

A abrangência territorial da lava provocou mudanças na paisagem natural da ilha. Um mapa mostra como casas e demais edifícios acabaram destruídos pela força do vulcão. 

Outra alteração na paisagem aconteceu nas praias. A de Los Guirres, uma das mais famosas de La Palma, é uma das que mais sofrem com a catástrofe. As faixas de areia ao Sul da ilha deram lugar à lava, que acabou entrando em contato com Oceano Atlântico, deixando o cenário quase que irreconhecível. 

Em razão da mudança na natureza, a fauna agora busca se adaptar. É o que mostra um vídeo publicado pelo Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC) da Espanha. Nele, gaivotas buscam alimentos em meio à fumaça provocada pela larva em contato com o mar. 

Cumbre Vieja: Estragos materiais e morte

A primeira morte provocada pelo vulcão foi registrada em 13 de novembro. De acordo com o jornal El País, um idoso de 70 anos perdeu a vida ao sofrer um acidente enquanto tentava remover a lava do telhado de casa depois de conseguir autorização de emergência para os reparos no domicílio. 

Além da casa da vítima, outros 1.462 imóveis, entre prédios residenciais, comerciais e de órgãos públicos, acabaram atingidos diretamente pelo vulcão, segundo a prefeitura de La Palma. 

Além disso, mais de 7 mil moradores precisaram deixar suas casas para procurar um abrigo seguro, sendo que 2.010 pessoas foram diretamente afetadas, diz o último balanço da prefeitura. Ao todo, o arquipélago tem 85 mil habitantes. 

Vídeo: vulcão lança "bomba de lava" em La Palma

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