Em duas semanas, missão brasileira fez 46 operações e 74 atendimentos na Turquia

Equipe de 46 integrantes retorna ao Brasil após ação de 15 dias em país devastado por terremotos

Narley Resende

Em duas semanas, missão brasileira fez 46 operações e 74 atendimentos na Turquia
Missão brasileira
Bombeiros de São Paulo

Em balanço preliminar divulgado nesta sexta-feira (24), o governo federal informou que a missão humanitária brasileira enviada à Turquia realizou 46 operações de busca e salvamento e 74 atendimentos médicos. O grupo foi enviado para ajudar em ações de resgate após terremotos que começaram em 6 de fevereiro e que mataram milhares de pessoas no Oriente Médio. 

A missão humanitária brasileira esteve na Turquia por duas semanas e concentrou as operações de busca e resgate, a pedido do governo turco, nas cidades de Kahramanmaras e de Hatay. 

“Destaca-se que as operações conduzidas pelas equipes brasileiras foram reconhecidas e elogiadas pelas autoridades turcas”, diz o governo federal. 

A missão também apoiou ações humanitárias de assistência pós-desastre, como distribuição de cestas básicas e atendimento médico.

Retorno ao Brasil

Depois de 15 dias, a Missão Humanitária Brasileira, enviada à Turquia para ajudar em trabalhos de resgate de vítimas dos terremotos que mataram milhares de pessoas no início do mês, encerrou na quinta-feira (23) suas atividades no país. Segundo o Corpo de Bombeiros de São Paulo, que integra a missão coordenada pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), equipes internacionais de busca e resgate em Hatay, no Sudeste devastado da Turquia, começaram a ser desmobilizadas. 

O governo federal decidiu não enviar a Força Aérea Brasileira (FAB) ao país do Oriente Médio para buscar as equipes e nem cidadãos que manifestaram interesse em ser repatriados. A reportagem da Band apurou que até a semana passada havia cinco famílias, incluindo seis crianças, em contato com o Consulado do Brasil em Âncara em busca de uma solução para retirada da Turquia

No início da missão, 17 cidadãos foram trazidos ao Brasil pelo mesmo avião da FAB, o A-330, que levou a delegação humanitária à capital turca em 10 de fevereiro, quatro dias depois dos terremotos que devastaram o país. Outros, porém, não conseguiram chegar a tempo na capital Âncara, de onde partiu o voo da FAB em 12 de fevereiro. Eles pediram que o consulado reservasse vagas para quando os militares voltassem para buscar a equipe deixada em solo turco. 

O planejamento de retorno da delegação ao Brasil prevê que “a missão irá via terrestre da cidade de Hatay até Adana e de Adana até Istambul com aeronave da Força Aérea Turca”. “Há a previsão de pernoite em Istambul e, posteriormente, de Istambul, a missão deve seguir em voo de linha aérea comum até o Brasil”, diz o comando da missão em nota.

Além dos cidadãos que pediram ajuda ao consulado, aproximadamente quatro toneladas de equipamentos foram deixadas pelo governo brasileiro. O maquinário, que inclui geradores, motosserras e outros insumos utilizados em operações de resgate, foi levado à Turquia no avião da FAB.

A reportagem da Band procurou o Itamaraty e o consulado brasileiro na Turquia e aguarda retorno. O Ministério das Relações Exteriores ainda não divulgou balanço completo das atividades realizadas pela missão humanitária. 

O grupo formado por 46 pessoas no total é coordenado pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), comandada pelo Ministério da Integração do Desenvolvimento Regional (MIDR) e integrado pelo Corpo de Bombeiros de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. 

O número de mortos resgatados na Turquia passou de 40 mil nesta semana, depois dos terremotos que começaram no dia 6 de fevereiro. Outros 5,5 mil morreram na Síria, país vizinho também devastado por uma guerra civil. Ainda há milhares de pessoas desaparecidas e o governo turco estima que o número de mortos passe de 60 mil no país. Não há registro de brasileiros entre as vítimas. 


 

Tópicos relacionados

Mais notícias

Carregar mais