Na avaliação do diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade, Carlos Affonso, Elon Musk fez uma jogada política ao dizer que poderia fechar o “X” (antigo Twitter), no Brasil.
“Me parece que essa é uma jogada política. É sempre bom dizer o Brasil representa para grande parte das plataformas digitais algo localizado sempre no top 5 no número de usuários dessas plataformas. Então, de certa maneira, é importante para essas redes sociais ter acesso ao mercado brasileiro. A decisão de sair voluntariamente do mercado brasileiro não é uma decisão fácil”, disse em entrevista ao Bandnews TV.
Inclusão de Musk no inquérito das milícias digitais
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a inclusão do bilionário Elon Musk no inquérito das milícias digitais. A investigação tem como alvo ações planejadas que espalham desinformação e discurso de ódio nas redes sociais.
Musk é proprietário do X, rede social anteriormente conhecida como Twitter. Desde o último sábado (6), o bilionário fez diversas postagens com ataques a Moraes. Em uma delas, sugeriu que não cumpriria restrições ordenadas pela Justiça brasileira e ameaçou fechar o escritório da empresa no Brasil.
Na decisão, publicada neste domingo (6), o ministro do Supremo também ordenou que a rede social X não desobedeça a ordens judiciais que já foram emitidas pelo STF ou pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sob multa diária de R$ 100 mil.
Moraes considerou que as atitudes de Musk apresentam a utilização de mecanismos ilegais do X, além de citar “fortes indícios de dolo” por parte do proprietário da plataforma.
O texto assinado por Moraes também destaca que a conduta do X “configura, em tese, não só abuso de poder econômico, por tentar impactar de maneira ilegal a opinião pública, mas também flagrante induzimento e instigação à manutenção de diversas condutas criminosas praticadas pelas milícias digitais investigadas”.
Entenda a polêmica
O bilionário Elon Musk iniciou uma discussão contra o Supremo Tribunal Federal, especialmente ao ministro Alexandre de Moraes. Isso porque o dono da Tesla, SpaceX e do X, o antigo Twitter, discorda de decisões que afetam perfis considerados desinformativos pela Justiça brasileira.
Alguns desses perfis, inclusive, são investigados por estimularem golpe de Estado e divulgação de fake news sobre as eleições de 2022, ocasião em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito presidente contra Jair Bolsonaro (PL).
Musk chegou a dizer que o X não respeitará as restrições impostas por Moraes e ameaçou fechar o escritório da rede social no Brasil.
Numa postagem de Moraes, exatamente no X, Musk questionou o motivo de tanta censura. Em uma publicação, o magnata dobrou a aposta ao pedir renúncia ou impeachment do ministro por “trair descaradamente a Constituição”.