Relação entre Brasil e Venezuela deve mudar? Especialista explica

Natália Fingermann reforça que a proposta mais relevante e que pode impactar a relação entre os países é alinhada à pauta ambiental

Emanuele Braga e Phillip Lucas

O tempo da publicação das atas gera um problema grave, porque há possibilidade de fraude, mas também causa o aumento de ânimos domésticos que pode desencadear em ações violentas no país. A análise é da professora de relações internacionais da ESPM, Natália Fingermann, em entrevista ao Band Jornalismo nesta quarta-feira (31). 

Recentemente, o presidente Lula afirmou que não há “nada de anormal ou grave” no processo eleitoral da Venezuela e que aguarda a liberação das atas de votação para reconhecer, oficialmente, o resultado que reelegeu Nicolás Maduro no último domingo. 

A especialista afirma que a publicação das atas é uma prática comum no país, uma vez que Brasil, Estados Unidos e Venezuela firmaram o Acordo de Barbados, em 2023, a fim de fiscalizar esse processo.

“O objetivo do acordo é tentar estabelecer uma credibilidade no pleito eleitoral para que ocorresse de maneira democrática. Por isso, a gente tem uma atuação conjunta entre Brasil e Estados Unidos”, explicou. 

A relação entre Brasil e Venezuela deve mudar após polêmicas eleitorais? 

“As relações entre Brasil e Venezuela já foram mais sólidas, principalmente durante as gestões anteriores de Lula, enquanto estava Hugo Chávez à frente da Venezuela. No entanto, a Venezuela acabou se isolando do mundo devido as próprias sanções, tivemos mudanças no Brasil com o governo que não tinha uma interlocução da Venezuela e isso fez com que as relações econômicas e comerciais tenham caído muito e não sejam mais representativas”, afirmou a especialista. 

A professora reforça que a proposta mais relevante e que pode impactar a relação entre os países é alinhada à pauta ambiental relacionada à preservação da Amazônia, defendida pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. 

“Em termos de relações comerciais, não importa o que vai acontecer na Venezuela, porque o Brasil não tem mais uma parceria comercial importante com o país. Mas há uma proposta de integração dos países do entorno amazônico para a preservação da floresta na gestão de ‘Lula 3’ e que envolve a Colômbia e Venezuela. Essa iniciativa que o Brasil tem buscado construir nesse primeiro ano pode ser claramente impactada”.

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