Girão tenta entregar réplica de feto a Silvio Almeida, que reage: ‘Um escárnio’

Ministro dos Direitos Humanos recusou a réplica em respeito a sua filha, que vai nascer. ‘Isso para mim é uma performance que eu repudio profundamente’

Da Redação

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) tentou entregar uma réplica de um feto de 11 semanas para o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, durante uma audiência no Senado nesta quinta-feira (27). “É um escárnio”, respondeu o ministro. 

No momento da fala do senador do partido Novo, Girão questionava Silvio Almeida sobre o posicionamento do governo brasileiro de não assinar uma declaração do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, que condena a situação da Nicarágua. 

Eduardo Girão falava sobre “preservação da vida, liberdade e dignidade humana" e disse que iria “materializar” o argumento com a entrega do feto de plástico, que foi negado pelo ministro no mesmo instante. 

O ministro se recusou a receber a réplica e repudiou o ato de Eduardo Girão, que é vice-líder da oposição no Senado. “Eu não quero receber isso por um motivo muito simples: eu vou ser pai agora. E eu sei muito bem o que significa isso. Isso para mim é uma performance que eu repudio profundamente”, disse.

“Isso para mim, com todo respeito, é uma exploração inaceitável de um problema muito sério que nós temos no país”, acrescentou o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania. 

Durante a fala de repúdio, Silvio Almeida pediu respeito à sua filha, que ainda vai nascer. "Em nome da minha filha que vai nascer, eu me recuso a receber isso aí”, pontuou enquanto era aplaudido por alguns parlamentares que estavam no local. “Em nome da minha filha, não vou receber. Isso é um escárnio, não vou receber. Falo com todo respeito, respeitando o seu cargo, eu não vou aceitar, eu sou um homem sério e acredito que o senhor também seja", reforçou. 

Após a recusa de Silvio de Almeida, o vice-líder da oposição afirmou que seu objetivo não era ofender o ministro. “Lhe peço desculpas. Isso não é brincadeira, isso é seriedade. Eu só quero fazer um contraponto muito respeitoso ao ministro, dizendo que não foi brincadeira, isso é algo sério, seríssimo. Eu deixei na mesa desta comissão, entreguei a ministros do Supremo, entreguei a alguns outros ministros que receberam e eu respeito que o senhor não quis receber”, declarou. “Só fazer essa questão, que eu acho que o direito básico é o direito à vida, é o primeiro dos princípios”, acrescentou o senador. 

Aborto no Brasil

No Brasil, o aborto é legalizado em três circunstâncias: gravidez decorrente de estupro, se representar risco de morte materna e no caso de anencefalia fetal (não formação do cérebro do feto).

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