Em entrevista a BandNews TV, nesta sexta-feira (19), o senador Randolfo Rodrigues criticou a decisão do Ibama de negar a licença para a licença de perfuração da Petrobras na foz do Rio Amazonas. Assista a entrevista completa no vídeo acima.
“Em relação a essa situação, e isso consta no próprio relatório do Ibama, uma decisão que não me parece que sejam dos técnicos do Ibama, é uma decisão que deve ser do Estado brasileiro e de seus representantes. Nós ainda iremos pesquisar petróleo para começarmos a transição energética, como outras nações do mundo estão fazendo”, disse.
O senador explica que a decisão não parece ter sido tomada com avaliação técnica e sita exemplo de outros países que perfuraram regiões em busca de petróleo. “Algumas nações abdicaram isso, que é o caso da Dinamarca que perfurou todo o Mar do Norte para fazer essa escolha. Não me parece, com todo o devido respeito, que essa seja uma decisão nossa. Por isso parece que não uma decisão técnica, essa é uma decisão política.”
Para o líder do governo no Congresso, as reservas de petróleo do país vão se esgotar até o fim dessa década e que a exploração seria um meio de estudar o petróleo para uma transição energética.
“Nossas reservas estão se esgotando até o final dessa década, por isso que a Petrobras aponta toda essa Marcha Equatorial, que vai do Amapá até o Rio Grande do Norte, como uma nova fronteira para a transição energética. O próprio acordo de Paris estabelece que as nações devem fazer a migração de sua transição energética prática, da matriz de combustível fóssil, para outras matrizes energéticas. É obvio que essa transição não será imediata e é essa transição que temos que debater no Brasil".
Entenda
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) negou, nesta semana, a licença para a Petrobras para perfuração no bloco FZA-M-59, na bacia da Foz do Amazonas.
“Não restam dúvidas de que foram oferecidas todas as oportunidades à Petrobras para sanar pontos críticos de seu projeto, mas que este ainda apresenta inconsistências preocupantes para a operação segura em nova fronteira exploratória de alta vulnerabilidade socioambiental”, aponta Agostinho no despacho em que nega a licença ambiental”, disse o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho.
A decisão acompanha parecer técnico concluído em abril deste ano. No documento, o presidente do Ibama acompanha o entendimento da equipe técnica sobre a “necessidade de se retomar ações que competem à área ambiental para assegurar a realização de Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS) para as bacias sedimentares que ainda não contam com tais estudos e que ainda não possuem exploração de petróleo, no prazo mais breve possível”.
Em comunicado, a empresa afirmou que ainda não foi notificada oficialmente pelo órgão.
"A Petrobras entende que atendeu rigorosamente todos os requisitos do processo de licenciamento", disse.
A estatal também afirmou que mobilizou os recursos no Amapá e no Pará atendendo a decisões do Ibama.
A Petrobras disse também que está "empenhando esforços" para obter a licença de perfuração na bacia Potiguar, no Rio Grande do Norte.
Saída da Rede Sustentabilidade
"Eu não me sentiria a vontade de estar no âmbito da Rede, quando hegemonicamente a Rede deveria assumir uma posição diferente da minha. Não tem aquela máxima: quando um não quer, dois não brigam. Eu ache que era, por essa razão, melhor o desligamento”, comentou.
O líder do governo Lula no Congresso e um dos representantes do Amapá no Senado Federal ainda não anunciou nova filiação. Em comunicado, Randolfe aponta que a saída é em "caráter irrevogável". Confira abaixo a nota na íntegra.
No anúncio, o senador não menciona Marina Silva, fundadora da Rede Sustentabilidade, mas agradece à ex-senadora Heloísa Helena, atual presidente da sigla.
“Agradeço o companheirismo e o convívio deste período, em especial levo para toda a vida exemplos de lealdade ao povo, como o da companheira Heloísa Helena, que ontem, hoje e sempre me inspirará, afirma Randolfe Rodrigues”.