“Doer no bolso”, diz Tebet sobre punir quem paga salário desigual para mulheres

No Dia Internacional da Mulher, governo lançará pacote de medidas que prevê, entre outras coisas, lei para garantir igualdade salarial entre homens e mulheres

Da redação com Rádio Bandeirantes

“Doer no bolso”, diz Tebet sobre punir quem paga salário desigual para mulheres
Simone Tebet defende punição contra desigualdade salarial
Marcelo Camargo/Agência Brasil

A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), disse que medidas para assegurarem a igualdade salarial entre homens e mulheres precisam doer no bolso dos empresários. A declaração foi dada em entrevista, na manhã desta quarta-feira (8), à Rádio Bandeirantes.

A fala dela se contextualiza ao lançamento de um pacote de medidas para as mulheres, a ser feito neste 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A principal ação do petista será um projeto de lei para garantir a equidade de salário, o que já é previsto na Constituição, mas que nem sempre é cumprido.

“De forma objetiva, é isso [objetivo das medidas pró-igualdade salarial entre homens e mulheres]. Vai ter que doer no bolso. Se não doer no bolso, infelizmente, nós continuaremos com essa injustiça social com as mulheres brasileiras”, pontuou a ministra.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) indicam que a mulher brasileira recebe, em média, apenas 78% do que ganha um homem, ou seja, elas ganham 22% a menos que eles.

“Coragem”

Tebet lembrou que a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), há 80 anos, prevê a igualdade salarial. A própria Constituição, mais nova que a CLT, assegura que homens e mulheres tenham os mesmos direitos e deveres. Na reforma trabalhista, um dispositivo estipula multa para o contratante que não paga salários iguais por questões de gênero. 

Mesmo com essas medidas, já em vigor, em prol da equiparação salarial, empregadores optam por remunerar homens melhor, apesar de mulher ter a mesma formação e fazer o mesmo trabalho. 

“A principal atitude que a gente tem que ter é coragem. O sobrenome de todas as mulheres brasileiras é coragem. Apesar de todos os vendavais – e eles são diários –, a mulher encontra força e coragem”, refletiu a senadora na entrevista à Rádio Bandeirantes.

Promessa de campanha

Na campanha eleitoral do ano passado, quando era candidata à presidência, a igualdade salarial era a principal bandeira dela. Quando perdeu e pensou em apoiar Lula, a sul-mato-grossense condicionou a parceria ao compromisso do petista em prosseguir com a bandeira.

Sobre o projeto a ser lançado hoje, Tebet não deu detalhes e disse que as informações seriam repassadas pelo próprio presidente.

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