O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), disse que o governo federal não é amigo de quadrilheiros. Para o maranhense, em declaração dada nesta quinta-feira (23), sem citar nomes, a política de “proliferação de armas” foi o que ajudou a fortalecer as facções.
“Quem ajudou o crime organizado, no Brasil, foi quem fez uma política criminosa de proliferação de armas no país para fortalecer as quadrilhas, as facções. Essa gente que é amiga de quadrilheiro. Não somos nós. Nós estamos fazendo a política séria de entender que não é matando as pessoas que se resolve problemas sociais, econômicos e políticos”, disse Dino.
A fala de Dino ocorreu enquanto discursava no lançamento da Estratégia Nacional de Acesso a Direitos para Mulheres na Política sobre Drogas, de iniciativa da pasta que comanda com outros ministérios.
Plano contra Moro
Na última quarta-feira (22), a Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação em que descobriu um plano ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das maiores facções do Brasil, contra autoridades.
Os criminosos planejavam homicídios e sequestros de autoridades. Um dos alvos era o senador Sergio Moro (União), ex-juiz da Lava Jato, operação que culminou com a prisão, à época, de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sem mandato.
A oposição
Congressistas opositores também fazem críticas ao governo, a exemplo do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ontem, no Plenário, ele questionou a presença de Dino no Complexo da Maré, comunidade do Rio de Janeiro dominada pelo tráfico. Um vídeo mostra a chegada do ministro ao local.
“Uma visita do ministro da Justiça à favela da Maré, sem aparato de segurança reforçado, sem trocar tiros, em uma localidade que é reconhecidamente não só dominada pelo tráfico de drogas como altamente armada”, informou Eduardo Bolsonaro.
30 anos de PCC
Fundado em 31 de agosto de 1993, neste ano, o PCC completa 30 anos, apesar da fala de Dino a respeito do fortalecimento de facções devido a uma “política de proliferação de armas”. Um dos principais nomes da organização é Marcos Willians Herbas Camacho, o “Marcola”, apontado como uma das lideranças do grupo.