O Canal Livre deste domingo, 28, recebe Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, para falar sobre a nova ButanVac. A vacina, que entrou com pedido de testes na Anvisa, aguarda liberação nos próximos dias. Durante a entrevista, o pesquisador revelou como foram feitos os estudos para o desenvolvimento do imunizante e detalhou como será a atuação quando tudo for aprovado. “Podemos fornecer até 100 milhões de doses até o final do ano”, disse a Fernando Mitre, Sheila Magalhães e Rodolfo Schneider.
O programa foi gravado na sexta-feira, 26, antes dos desdobramentos que envolveram a vacina. Mais tarde, depois de anunciada a participação dos Estados Unidos na fabricação do composto, o Instituto Butantan divulgou uma nota em que diz não alimentar nenhum tipo de disputa na produção do imunizante.
“A Icahn School of Medicine do Hospital Mount Sinai de Nova Iorque forneceu o vetor viral – vírus geneticamente modificado da Doença de Newcastrle -, mas a tecnologia de obtenção do vírus, por si só, não é suficiente para o desenvolvimento de uma vacina”, diz o texto, que assume contribuição americana. Abaixo, confira os principais destaques da entrevista com o pesquisador:
De acordo com ele, o novo imunizante é seguro e terá produção conhecida pelo Butantan. “Vamos fazer tudo em uma plataforma em que já somos extremamente experientes. É nesta fábrica, a maior do hemisfério sul, que produzimos a vacina da gripe, com capacidade para 160 milhões de doses por ano”, garantiu.
Atualmente, por causa da demanda, apenas 80 milhões de vacinas são fabricadas por lá. Em maio, quando a produção da influenza acabar, o foco serão as 40 milhões de doses da ButanVac que vão esperar liberação. “Vamos iniciar o que chamamos de ‘em risco’, vacinas que ficaram guardadas enquanto acontece o desenvolvimento do estudo clínico e a autorização da Anvisa. No mundo ideal, poderemos usar tudo a partir de julho.”
No atual momento do estudo, não se sabe ainda como será a aplicação do imunizante ou quantas doses serão necessárias. O especialista diz que é o teste clínico que vai definir os detalhes. Ao todo, 1800 voluntários vão receber a aplicação que, pela previsão do Butantan, deve acontecer entre 3 ou 4 dias em dois centros de vacinação.
“Do ponto de vista de segurança, é uma vacina muito parecida com a da gripe. Adaptamos um vírus para crescer em ovo embrionado e ele expressa as proteínas do coronavírus. É uma produção mais simples e temos a vantagem de ser uma segunda versão”, completou Covas, que garantiu que todo o conhecimento científico do último ano de pandemia foi usado na produção do composto.
“Os estudos em animais mostraram que é uma versão com potencial imunogênico maior do que a primeira e atenderá a variante P1, conhecida como de Manaus. Já estamos planejando isso. Como é uma segunda geração de vacinas, temos todo o histórico da primeira. Sabemos como elas se comportam e, no futuro, tudo será comparado.”
O diretor afirma ainda que, no Instituto Butantan, a ButanVac e a CoronaVac não competem entre si e caminham juntas. “A construção da fábrica da Coronavac está a todo vapor e planejamos começar a produção total da vacina no Brasil a partir de janeiro.”
Não deixe de assistir ao Canal Livre completo deste domingo, às 1h30, na tela da Band.