Vanessa Francisco, mãe da menina Ágatha Félix que morreu após ser baleada com um tiro de fuzil em 2019, declarou que a absolvição do policial militar Rodrigo José de Matos Soares foi “o dia mais massacrante” da sua vida. O júri popular do agente durou mais de 10 horas.
“8 de novembro de 2024, o dia mais massacrante da minha vida e da minha família. Foram dez horas que tivemos que submeter e reviver a pior dor da minha vida. No final a sentença: ‘ele atirou, sim, porém o absolvemos’”, escreveu Vanessa Francisco nas redes sociais.
“Um cenário de muita tristeza, indignação, mentiras e de revolta para mim, família e todos aqueles que choraram e ainda choram conosco nesses cinco anos de espera”, acrescentou a mãe da menina Ágatha.
Para ela, o policial que efetuou o disparo já está condenado desde 20 de setembro de 2019, dia que aconteceu o crime. “Isso nunca vai mudar, porém, para os homens eles os absorveram. Mas como quem eu creio é maior que tudo que há, não desistiremos e recorreremos”, afirmou. “A força de um injustiçado é maior que do absolvido”.
MP e advogado da família vão recorrer da decisão do júri
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e a defesa da família da menina Ágatha Felix, que morreu após ser atingida por um tiro de fuzil aos 8 anos, vão recorrer da decisão do Tribunal de Júri que absolveu o policial militar Rodrigo José de Matos Soares, apontado como o autor do disparo.
O caso ocorreu em 20 de setembro de 2019, na Comunidade da Fazendinha, no Complexo do Alemão. A criança voltava para casa com a mãe em uma kombi quando foi atingida por um tiro de fuzil nas costas.
Na decisão, o júri apontou que o policial mentiu em suas primeiras versões e que foi o autor do disparo, mas considerou que não houve "intenção de matar".
Pelas redes sociais, o advogado Rodrigo Mondego, responsável pela defesa da família de Ágatha, criticou a sentença. “Estou com um sentimento de tristeza e nojo dessa sociedade que aceita mansamente a morte de crianças”, escreveu na plataforma X, antigo Twitter.