O interventor federal no Distrito Federal, Ricardo Cappelli, atribuiu ao ex-secretário de Segurança Anderson Torres o que chamou de sabotagem que culminou na depredação do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF).
“Então, o que houve aqui [ataques extremistas em Brasília] foi uma ação estruturada. Foi sabotagem comandada pelo senhor Anderson Torres. Então, a primeira atitude nossa foi restaurar o comando das forças de segurança do Distrito Federal. Isso foi feito, ainda no domingo”, disse Cappelli em entrevista à Rádio Bandeirantes na manhã desta terça-feira (10).
Cappelli acumula o cargo de secretário-executivo do Ministério da Justiça, subordinado ao ministro Flávio Dino, titular da pasta. Na entrevista, o interventor lembrou que Torres integrou o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao comparar o esquema de segurança da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), antes do bolsonarista assumir a segurança do DF.
“O que mudou do domingo, dia 1º, para o domingo, dia 8, apenas sete dias depois? O que mudou é simples! No dia 2, na segunda-feira, assumiu a Secretaria de Segurança do Distrito Federal o senhor Anderson Torres, ex-ministro de Bolsonaro. O que ele fez? Ele mudou todo o comando da Secretaria de Segurança do Distrito Federal e viajou para o exterior”, continuou Cappelli.
Acampamento desmontado
Sobre as atitudes da Segurança do DF contra os extremistas que acampavam em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, o interventor reforçou que aqueles identificados foram detidos e, assim que identificados, são encaminhados para os presídios.
“Nós desmontamos o acampamento que funcionava com um centro incubador de planos contra o estado democrático de direito e identificamos todos que estavam nesse acampamento, que foram encaminhados para as dependências da Polícia Federal, onde estão sendo identificados e encaminhados para as unidades prisionais”, prosseguiu.
Torres nega conivência
Na última segunda-feira (9), Torres divulgou uma nota em que se defende das acusações de conivência com os ataques extremistas. Ele chamou de absurdas tais hipóteses sobre a conduta no tratamento da segurança do DF.
“Nesse sentido, lamento profundamente que sejam levantadas hipóteses absurdas de qualquer tipo de conivência minha com as barbáries que assistimos. Estou certo de que esse execrável episódio será totalmente esclarecido, e seus responsáveis exemplarmente punidos”, diz a nota escrita pelo ex-secretário.