Dez anos depois, caso Samúdio ainda fortalece debates sobre feminicídio

Apesar da repercussão e de ter sido condenado a mais de 20 anos de prisão, o goleiro está em regime semiaberto domiciliar

Da Redação, com BandNews FM

Ex-goleiro Bruno foi condenado por assasinato Divulgação/Instagram
Ex-goleiro Bruno foi condenado por assasinato
Divulgação/Instagram

Dez anos depois, o assassinato de Eliza Samúdio, ex-namorada e mãe de um dos filhos do goleiro Bruno Fernandes, ainda é um dos casos policiais mais emblemáticos do País. A história ganhou projeção nacional, com repercussões que duram até hoje, e fortaleceu o debate sobre medidas contra a violência doméstica. As informações são da Ana Luiza Bongiovani e Maria Fernanda Cinini, da BandNews FM.

Momento Masterchef Brasil: nova temporada estreia dia 14/07

A última vez que o atleta entrou em campo como ídolo do Flamengo foi no dia 5 de junho de 2010, em uma partida pelo campeonato brasileiro, ele falhou em um lance que deu a vitória por 2 a 1 ao Goiás. Depois disso, ele deixou o noticiário esportivo e virou personagem central de uma das mais intensas coberturas policiais do Brasil.

Eliza Samúdio foi vista, pela última vez, em um sítio do goleiro, em Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte. As pistas apontavam para a possibilidade de assassinato.

Condenação

Em 2013, Bruno foi condenado a mais de 20 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado e pelo sequestro e cárcere privado do filho. Para um dos advogados de vários dos réus, na época, Ércio Quaresma, houve erros na condenação.

Poucos meses antes do crime, a própria jovem denunciava, na imprensa, as agressões. Eliza chegou a pedir na Justiça uma medida protetiva, com base na Lei Maria da Penha, mas o pedido foi negado.

Lei do feminicídio

Mais de 1300 mulheres são mortas por feminicídio no Brasil por ano, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Um crime desse é registrado a cada sete horas. Mas a lei do feminicídio (Lei 13.104/15), que considera feminicídio quando o assassinato envolve violência doméstica e familiar, menosprezo ou discriminação a condição de mulher, só surgiu dois anos depois da condenação de Bruno.

Segundo Flávia Penna, professora de direito penal da PUC Minas, o que falta neste tipo de caso é a prevenção. E apesar das dificuldades, a mãe de Eliza, Sônia Moura, encoraja outras mulheres a não se calarem diante de casos de violência.

Bruno cumpre regime semiaberto domiciliar

Em julho de 2019, após cumprir menos de um terço da pena, Bruno conseguiu a progressão para o regime semiaberto, assim como outros condenados no caso.

Atualmente, o goleiro vive em Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro, após assinar contrato com um time ainda não revelado. Ele cumpre prisão em regime semiaberto domiciliar.

Mais notícias

Carregar mais