Os destroços de um foguete chinês que estavam preocupando autoridades caíram na região centro-sul do Oceano Pacífico na manhã desta sexta-feira (4). Segundo o Comando Espacial dos Estados Unidos, a reentrada descontrolada aconteceu às 7h01 (horário de Brasília), antes do previsto pelos especialistas.

A expectativa era que a parte central do foguete Long March 5B, que pesa 21 toneladas, chegasse à Terra no sábado (5). No entanto, logo no início da manhã, órgãos europeus e americanos confirmaram a reentrada dos primeiros destroços na atmosfera terrestre.

Antes de a queda ser confirmada, a Espanha fechou o espaço aéreo para todos os voos por precaução, depois do serviço de Vigilância e Rastreamento Espacial da União Europeia alertar que o país, assim como Portugal e Itália, estavam na trajetória do lixo espacial. A situação já foi normalizada.

O órgão europeu tranquilizou a população dizendo que era baixa a probabilidade estatística dos destroços atingirem áreas povoadas, apesar dos especialistas não conseguirem prever com exatidão os locais aonde as partes do foguete cairiam.

No início da semana, a China lançou com sucesso a terceira e última peça da estação espacial em construção Tiangong. O módulo de laboratório Mengtian decolou no foguete Long March 5B na segunda-feira (31) e, após 13 horas de viagem, atracou em Tiangong.

Mas, assim como os demais foguetes, conforme o Long March 5B subia para o espaço, a parte central dele se desprendeu depois de um impulso final para o módulo da estação espacial deixar a órbita da Terra.

O problema, explicam especialistas ouvidos pelo site Business Insider, é que diferente da maioria dos foguetes modernos que são projetados para se empurrar para uma parte remota do Oceano Pacífico, o corpo do Long March 5B caiu em sua própria órbita ao redor da Terra.

Essa não é a primeira vez que destroços de um foguete chinês caem na Terra de forma descontrolada. Segundo os especialistas, em cada uma das três vezes que o Long March 5B foi lançado (2020, 2021 e em julho de 2022) pedaços caíram de volta à atmosfera terrestre e alertaram agências espaciais.

Em maio de 2020, destroços de um desses foguetes foram descobertos próximos a aldeias na Costa do Marfim. No ano passado, a China informou que restos do foguete caíram no Oceano Índico, perto das Maldivas, segundo o jornal The New York Times.

Já em julho deste ano, várias peças do propulsor do foguete foram localizadas na região da Malásia, Indonésia, ilha de Bornéu e perto das Filipinas.