Desastre de Mariana: governo assinará acordo com mineradoras

Anúncio vem dois dias depois do início de julgamento em Londres, no qual 620 mil pessoas, 46 municípios e 1,5 mil empresas afetadas por rompimento de barragem pedem indenização bilionária.

Por Deutsche Welle

Um acordo de reparação e compensação será assinado por autoridades federais e estaduais brasileiras com as mineradoras Vale, BHP e Samarco nesta sexta-feira (25/10), em Brasília, referente ao rompimento da barragem de Mariana, em Minas Gerais, em 2015. A informação foi divulgada pelo Planalto à agência de notícias Reuters nesta quarta-feira (23/10).

O acordo será oficializado em uma cerimônia que deverá contar com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a partir das 9h.

Na semana passada, as três empresas já haviam informado que o acordo deve chegar a um total de R$ 170 bilhões, com R$ 100 bilhões a serem pagos nos próximos 20 anos diretamente às autoridades públicas.

Há anos, Vale, BHP e Samarco buscam um acordo de compensação com autoridades brasileiras na esperança de que isso encerre as diversas ações judiciais que correm contra as mineradoras.

BHP Billiton sob julgamento em Londres

O acordo foi anunciado dois dias depois do início de um julgamento em Londres que busca reparação para brasileiros afetados pelos rejeitos de minério que vazaram da barragem. Eles demandam a responsabilização da mineradora anglo-australiana BHP Billiton pelo ocorrido. O júri deve durar até março de 2025.

Ao lado da brasileira Vale, a BHP é acionista igualitária da Samarco, que controlava a barragem quando o rompimento aconteceu, em 5 de novembro de 2015.

O caso, que tramita na justiça britânica desde 2018, é movido por 620 mil pessoas, 46 municípios e 1,5 mil empresas afetadas no Brasil, que pedem uma indenização de R$ 230 bilhões, numa das maiores ações coletivas da história. Entre os requerentes estão também instituições religiosas, comunidades indígenas e quilombolas.

O rompimento da barragem de Fundão liberou 44,5 milhões de metros cúbicos de lama tóxica no meio ambiente, o equivalente a 13 mil piscinas olímpicas, transformando-se, assim, numa das maiores tragédias ambientais da história do Brasil.

O dano se estendeu por vários dias, quando outros 13 milhões de metros cúbicos continuaram escoando. Ao todo, os rejeitos percorreram 675 quilômetros, atingindo o Rio Doce, desaguando no oceano Atlântico e chegando ao Espírito Santo e sul da Bahia. Dezenove pessoas morreram.

gb/ra (Reuters, ots)

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