Os ânimos ficaram exaltados na CPMI dos atos de 8 de janeiro nesta terça-feira (11). Durante a fala da deputada Erika Hilton, que foi interrompida diversas vezes, o Senador Rogério Carvalho acusou o deputado Abílio Jacques de transfobia, após uma fala do deputado durante a fala da deputada.
A confusão aconteceu depois que a deputada afirmou que Abílio precisaria buscar sua carência longe da CPMI. Abílio teria dito que Érika estava "oferecendo seus serviços", gerando a indignação do Senador Rogério Carvalho.
“O senhor Abílio foi homofóbico, fez uma fala homofóbica quando a companheira [Erika Hilton] estava se manifestando. Ele acusou e disse que ela estava “oferecendo serviços”. Isso é homofobia, é um desrespeito e eu peço a vossa excelência que peça para o deputado se retirar do plenário”, disse o Senador indignado.
O presidente da CPMI, Arthur Maia (União-BA), teve que intervir durante a discussão dos deputados garantindo o direito da Deputada Erika Hilton e disse que não seriam aceitas manifestações preconceituosas na CPMI e que o deputado poderia ser punido, caso comprovada a fala.
“A nossa decisão é a seguinte: nós vamos fazer uma investigação ouvindo, vendo inclusive as filmagens, porque se você falou, vai ter a leitura labial e vai ser fácil que isso seja certificado e, obviamente, se o deputado de fato agiu dessa forma, vai ter uma penalidade contra o senhor”, disse Arthur.
Erika Hilton, quando teve sua fala restituída falou sobre o tema.
“Usarei o meu tempo para me explicar: quando falei sobre a carência do deputado Abílio é que em todas as sessões, o deputado parece querer chamar a nossa atenção. Parece fazer algo para chamar atenção. Isso me parece um comportamento baseado na psicanálise, não em questões de gênero, de sexualidade, que é a única coisa que tem na cabeça dessa gente. Eu jamais entrei nesta seara. Isso não é da minha competência. Quem discute essa temática e tende a perseguir esta comunidade não sou eu, é esta gente que está do lado de lá. Quando eu disse sobre carência, era exatamente baseada no comportamento de querer o tempo inteiro, chamar atenção. Era sobre isso a que eu me referia o comportamento do deputado não condiz com a posição desta CPMI”, disse.
A deputada disse que exige respeito e que quem cometer crimes e fugir da diplomacia responderão criminalmente. “E digo mais, senhor presidente, não aceitarei e não tolerarei ser desrespeitada, interrompida ou colocada em comparações de baixo calão, de baixo nível. Trato todos os colegas com respeito, com diplomacia e assim também exijo. E aqueles que o fugir desta diplomacia terão que responder criminalmente por qualquer tentativa é estereotipada da minha identidade” finalizou.