Deputada ucraniana lidera grupo de resistência com treinamento armado

Kira Rudik conversou com exclusividade com o BandNews TV e falou sobre as necessidades do país no conflito com a Rússia e o que espera do Brasil

Beatriz Ferrete

A deputada ucraniana Kira Rudik conversou com exclusividade com o BandNews TV e falou sobre as necessidades do país no conflito com a Rússia e o que espera do Brasil.

A parlamentar, de 36 anos, é líder de um partido liberal pró-europeu e, desde o início da guerra, comanda um grupo de resistência com treinamento armado.  

"Suporte pelo ar. É disso que precisamos. Para os nossos corredores humanitários e ser possível uma saída de forma segura, para nossos refugiados que estão viajando de trens e para nosso exército ser capaz de lutar contra a Rússia. E é por isso que estamos pedindo a todos os países do oeste para proverem uma zona de exclusão aérea para a Ucrânia. Infelizmente, os países da Otan se negam a fazer isso. Mas de novo, nós estamos lutando a nossa guerra, sabemos que esta é nossa terra-mãe que temos de proteger. Mas nos deem as armas porque não estamos lutando apenas por nós, estamos protegendo toda a Europa."

Questionada sobre o que a Ucrânia espera de outros países fora da Europa e da Otan, e o que espera do Brasil, a deputada disse que está emocionada com a comoção mundial e com as manifestações populares nas ruas.

"Você nem pode imaginar como é motivador ver pessoas saindo às ruas dizendo: estamos com a Ucrânia. O que nós podemos ter do governo são: sanções contra a Rússia, parar de fazer negócios com a Rússia, garantir que eles se tornem uma Coreia do Norte fora dos tempos modernos."

Kira contou que nunca tinha usado uma arma antes da guerra. Mas que está treinando em caso de necessidade e agora sempre carrega seu armamento pessoal. Ela também afirmou sentir orgulho da participação feminina na guerra.

"As mulheres são 15% do nosso exército agora. Esta é a primeira coisa, da qual tenho muito orgulho. E as mulheres também são uma parte importante da resistência ucraniana. Putin não sabia que ele lutaria não só com o exército ucraniano, mas com cada ucraniano: mulheres, crianças, idosos, homens que não estão no exército."

Kira Rudik afirmou ainda que a Ucrânia não vai ceder às demandas de Vladimir Putin, que incluem a mudança na constituição para garantir que a Ucrânia seja um território neutro e não integre à Otan ou União Europeia. Além do reconhecimento de independência dos territórios da Crimeia, Luhansk e Donetsk.

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