"Versão dele é fantasiosa", diz delegada sobre cônsul preso pela morte do marido

Belga foi encontrado morto com sinais de agressão em cobertura de Ipanema, no Rio de Janeiro

da Redação com Agência Brasil

O laudo pericial constatou diversas lesões por todo o corpo de Walter
Reprodução

A delegada Camila Lourenço, da 14ª Delegacia Policial (DP) do Leblon, no Rio de Janeiro, está convicta que o cônsul alemão Uwe Herbert Hahn matou o marido, o belga Walter Henri Maximillen Biot. “Com certeza. Eu costumo dizer que o laudo pericial do cadáver também fala. Ele grita as circunstâncias da sua morte”, disse à Agência Brasil. 

O laudo pericial constatou diversas lesões por todo o corpo de Walter, decorrentes de ações contundentes, compatíveis com espancamento, com pisadura, com emprego de instrumento cilíndrico, lesões na região anal, no rosto e na cabeça. Em princípio, o que determinou a causa da morte foi o traumatismo encefálico na região próxima da nuca.

Segundo a delegada, as conclusões da necropsia e do laudo pericial estão na contramão da versão do cônsul, que alega inocência. “A versão dele é muito frágil, é fantasiosa, é repleta de lacunas. Então, de forma muito segura, eu concluí pela existência de um homicídio.”

Camila Lourenço ainda assegurou que Hahn agiu sozinho e explicou que foram encontradas muitas cartelas de medicamento ansiolíticos no apartamento, o que sinalizava consumo em abundância e indicava que a vítima estava dopada, “o que tirou a possibilidade de qualquer resistência”.

Como foi o crime

Na noite de sexta (5), serviços de emergência foram chamados para socorrer o belga Walter Henri Maximillen Biot, de 52 anos, que, segundo o marido alemão, havia sofrido um mal súbito, caído e batido a cabeça. Os médicos encontraram a vítima com parada cardiorrespiratória e várias lesões. O corpo foi enviado ao Instituto Médico Legal (IML) para perícia.

Vídeo: marido de diplomata alemão morre em cobertura de Ipanema

Uwe Herbert Hahn, 60 anos, foi preso na noite de sábado (6) 14ª Delegacia Policial (DP) do Leblon por suspeita de envolvimento na morte. 

A audiência de custódia acontece neste domingo (7) no presídio de Benfica, onde um juiz vai apreciar as circunstâncias do flagrante para apurar se a prisão é legal, se foram respeitados os direitos do custodiado e se ele teve direito a chamar advogado, por exemplo.

Hahn e Biot viviam juntos há 23 anos e moravam, atualmente, em uma cobertura no bairro de Ipanema, zona sul carioca.

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