O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta quinta-feira (23) que a decisão conjunta de Espanha, Noruega e Irlanda de reconhecer o Estado palestino “é histórico” e terá “efeito positivo em apoio aos esforços de paz” na região.
Segundo o petista, o reconhecimento dos três países europeus faz “justiça em relação ao pleito de um todo um povo” e que a estabilidade no Oriente Médio só “ocorrerá quando for garantida a existência de um Estado Palestino independente”.
“A decisão conjunta de Espanha, Noruega e Irlanda de reconhecer a Palestina como um Estado é histórica por duas razões. Faz justiça em relação ao pleito de um todo um povo, reconhecido por mais de 140 países, por seu direito à autodeterminação. Além disso, essa decisão terá efeito positivo em apoio aos esforços por uma paz e estabilidade na região. Isso só ocorrerá quando for garantida a existência de um Estado Palestino independente”, escreveu Lula na plataforma X, antigo Twitter.
O presidente reforça que o Brasil foi um dos primeiros países da América Latina a assumir a posição, “quando em 2010 de reconhecer o Estado da Palestina nas fronteiras de 1967, o que inclui a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital”.
Espanha, Irlanda e Noruega reconhecem Palestina como Estado
Espanha, a Irlanda e a Noruega anunciaram nesta quarta-feira (22/05) o reconhecimento de um Estado palestino, que será formalizado em 28 de maio.
"Hoje, a Irlanda, a Noruega e a Espanha anunciam que reconhecemos o Estado da Palestina. Antes do anúncio de hoje, falei com vários outros líderes e estou confiante de que mais países se juntarão a nós para dar este importante passo nas próximas semanas", afirmou premiê da Irlanda, Simon Harris.
No anúncio, o premiê espanhol, Pedro Sánchez, afirmou que ressaltou que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não tem projeto de paz para a região. "Combater o grupo terrorista Hamas é legítimo e necessário, mas Netanyahu está gerando tanta dor e tanta destruição, e tanto ressentimento em Gaza e no resto da Palestina, que a solução de dois Estados está em perigo", destacou.
Por um lado, trata-se de solidariedade com a população civil da Faixa de Gaza. Por outro, a medida é vista como um reforço da posição a favor de uma solução de dois Estados para acabar com o conflito no Oriente Médio - um plano que o atual governo de ultradireita de Israel rejeita veementemente.
Na Europa, ainda são poucos os países que oficialmente reconhecem a Palestina com um Estado. Entre os 27 membros da UE, apenas oito países adotam essa posição, seis deles com passado comunista que oficializaram o reconhecimento nos anos 1980.
A falta de mais apoios contrasta com outras regiões do globo. Na América do Sul, por exemplo, todos os países reconhecem a Palestina como um Estado soberano. O Brasil oficializou essa posição em 2010, no segundo governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Mas, agora, dentro da UE, além de Espanha e Irlanda, a Eslovênia e Malta também querem aumentar a pressão por uma solução passando pelo reconhecimento da Palestina, constituída pela Faixa de Gaza - controlada pelo Hamas e alvo da ofensiva israelense - e a Cisjordânia, nominalmente sob responsabilidade da Autoridade Nacional Palestina, mas retalhada por assentamentos israelenses e em grande parte ocupada militarmente por Israel.