"De que tipo de globalização econômica vamos precisar?", diz Embaixador da China

Recentemente, o desenvolvimento global depara-se com uma conjuntura complicada, que decorre da evolução acelerada de mudanças nunca vistas em um século

Zhu Qingqiao, Embaixador da China no Brasil

  • facebook
  • twitter
  • whatsapp
Embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao
Divulgação/Embaixada da China no Brasil

A globalização econômica é demanda objetiva da evolução das forças produtivas sociais, consequência inevitável do progresso científico e tecnológico e via necessária para o desenvolvimento da humanidade. 

As últimas décadas mostraram na prática que a globalização econômica facilita o fluxo de mercadorias e capital, aumenta os intercâmbios em ciência, tecnologia e civilização, impulsionando as interações entre os povos do mundo. 

Ela também proporciona um forte impulso ao crescimento econômico mundial e, em geral, beneficia o desenvolvimento de todos os países, especialmente os mercados emergentes. 

O aprofundamento da globalização constitui uma tendência irreversível do nosso tempo. Força resoluta na promoção de uma economia globalizada, a China, nos últimos 40 anos, tem se aberto para o exterior e se integrado ao mercado mundial, viabilizando mais oportunidades para todos os países com seu próprio crescimento.

Recentemente, o desenvolvimento global depara-se com uma conjuntura complicada, que decorre da evolução acelerada de mudanças nunca vistas em um século e da anêmica recuperação da economia mundial. 

Sempre que o “bolo” da economia mundial deixa de crescer, ganham proeminência as contradições entre crescimento e distribuição e entre eficiência e equidade. Desafios cada vez mais severos como a desigualdade social e de desenvolvimento pesam e impactam tanto os países desenvolvidos quanto os em desenvolvimento. 

Nesse contexto, certos países culpam a globalização por seus próprios problemas, abraçam o protecionismo comercial, se engajam em dissociação, exclusão e criação de barreiras, minando a estabilidade das cadeias globais de produção e de suprimentos, causando um retrocesso na globalização.

O presidente Xi Jinping enfatizou que é impossível e anacrônico tentar reverter a economia mundial, um vasto oceano, em uma série de lagos e riachos isolados. 

Diante das oportunidades e desafios da globalização econômica, o correto é fazer pleno uso de todas as oportunidades, cooperar para enfrentar todos os desafios e traçar um caminho adequado para esse processo. 

A China defende uma compreensão racional da lógica e da tendência predominantes no desenvolvimento da globalização econômica. Ela advoga uma globalização econômica de universalidade e inclusão para tirar a economia mundial de suas dificuldades atuais.

A universalidade consiste em atender às demandas comuns de todos os países, especialmente dos países em desenvolvimento. Isso implica abordar e resolver as disparidades internas e externas causadas pela má distribuição global de recursos. 

Assim, busca-se assegurar um desenvolvimento que seja não apenas abrangente, mas também equilibrado, criando um modelo de globalização que favoreça particularmente o progresso dos países em desenvolvimento. 

A humanidade já se tornou uma comunidade de futuro compartilhado, em que os países têm interesses altamente convergentes e são mutuamente dependentes. 

Cada país tem o direito de se desenvolver e, ao mesmo tempo, deve considerar seus interesses próprios em uma perspectiva mais ampla. Isso inclui a promoção de uma distribuição dos benefícios do desenvolvimento de maneira mais eficaz e equitativa entre diferentes nações, estratos sociais e grupos populacionais.

Já a inclusão, neste contexto, implica uma firme oposição à desglobalização e ao uso excessivo da segurança como justificativa, assim como ao unilateralismo e protecionismo em todas as suas formas. 

Isso inclui repudiar sanções unilaterais e táticas de pressão máxima, resistir a padrões e regras discriminatórios e exclusivos, fomentar a liberalização e a facilitação do comércio e dos investimentos, assegurar a estabilidade e a eficiência das cadeias globais de produção e suprimento, e sustentar o vigor e o impulso do crescimento econômico mundial. 

A verdadeira natureza da globalização reside na complementaridade de vantagens e na busca de um ganho mútuo, e não em prejudicar os vizinhos ou engajar-se em jogos de soma zero. 

Os países devem buscar a coordenação da política macroeconômica internacional, criar juntos um novo impulso para o desenvolvimento global e alcançar o crescimento interconectado e a prosperidade comum.

Ao revisitar a história, percebe-se que a humanidade evoluiu de uma situação de isolamento para um estado de abertura e integração. Há muito tempo os interesses de todos os países estão entrelaçados e seus futuros, intimamente vinculados. 

Além de apoiadores da globalização econômica, a China e o Brasil são também beneficiários da liberalização e facilitação do comércio e dos investimentos. 

O vigor e os resultados frutíferos dos últimos anos da parceria econômica e comercial entre os dois países demonstram a alta complementaridade na estrutura econômica, a profunda conexão na divisão global do trabalho e a convergência de interesses no desenvolvimento comum. 

A China está disposta a trabalhar junto com o Brasil, alinhando-se com as tendências contemporâneas e assumindo uma postura proativa na história. Vamos impulsionar a globalização econômica em uma direção mais aberta, inclusiva, benéfica para todos e equilibrada, empenhando-nos incansavelmente pela recuperação estável da economia mundial.

Tópicos relacionados

Mais notícias

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.