"De que tipo de globalização econômica vamos precisar?", diz Embaixador da China

Recentemente, o desenvolvimento global depara-se com uma conjuntura complicada, que decorre da evolução acelerada de mudanças nunca vistas em um século

Zhu Qingqiao, Embaixador da China no Brasil

"De que tipo de globalização econômica vamos precisar?", diz Embaixador da China
Embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao
Divulgação/Embaixada da China no Brasil

A globalização econômica é demanda objetiva da evolução das forças produtivas sociais, consequência inevitável do progresso científico e tecnológico e via necessária para o desenvolvimento da humanidade. 

As últimas décadas mostraram na prática que a globalização econômica facilita o fluxo de mercadorias e capital, aumenta os intercâmbios em ciência, tecnologia e civilização, impulsionando as interações entre os povos do mundo. 

Ela também proporciona um forte impulso ao crescimento econômico mundial e, em geral, beneficia o desenvolvimento de todos os países, especialmente os mercados emergentes. 

O aprofundamento da globalização constitui uma tendência irreversível do nosso tempo. Força resoluta na promoção de uma economia globalizada, a China, nos últimos 40 anos, tem se aberto para o exterior e se integrado ao mercado mundial, viabilizando mais oportunidades para todos os países com seu próprio crescimento.

Recentemente, o desenvolvimento global depara-se com uma conjuntura complicada, que decorre da evolução acelerada de mudanças nunca vistas em um século e da anêmica recuperação da economia mundial. 

Sempre que o “bolo” da economia mundial deixa de crescer, ganham proeminência as contradições entre crescimento e distribuição e entre eficiência e equidade. Desafios cada vez mais severos como a desigualdade social e de desenvolvimento pesam e impactam tanto os países desenvolvidos quanto os em desenvolvimento. 

Nesse contexto, certos países culpam a globalização por seus próprios problemas, abraçam o protecionismo comercial, se engajam em dissociação, exclusão e criação de barreiras, minando a estabilidade das cadeias globais de produção e de suprimentos, causando um retrocesso na globalização.

O presidente Xi Jinping enfatizou que é impossível e anacrônico tentar reverter a economia mundial, um vasto oceano, em uma série de lagos e riachos isolados. 

Diante das oportunidades e desafios da globalização econômica, o correto é fazer pleno uso de todas as oportunidades, cooperar para enfrentar todos os desafios e traçar um caminho adequado para esse processo. 

A China defende uma compreensão racional da lógica e da tendência predominantes no desenvolvimento da globalização econômica. Ela advoga uma globalização econômica de universalidade e inclusão para tirar a economia mundial de suas dificuldades atuais.

A universalidade consiste em atender às demandas comuns de todos os países, especialmente dos países em desenvolvimento. Isso implica abordar e resolver as disparidades internas e externas causadas pela má distribuição global de recursos. 

Assim, busca-se assegurar um desenvolvimento que seja não apenas abrangente, mas também equilibrado, criando um modelo de globalização que favoreça particularmente o progresso dos países em desenvolvimento. 

A humanidade já se tornou uma comunidade de futuro compartilhado, em que os países têm interesses altamente convergentes e são mutuamente dependentes. 

Cada país tem o direito de se desenvolver e, ao mesmo tempo, deve considerar seus interesses próprios em uma perspectiva mais ampla. Isso inclui a promoção de uma distribuição dos benefícios do desenvolvimento de maneira mais eficaz e equitativa entre diferentes nações, estratos sociais e grupos populacionais.

Já a inclusão, neste contexto, implica uma firme oposição à desglobalização e ao uso excessivo da segurança como justificativa, assim como ao unilateralismo e protecionismo em todas as suas formas. 

Isso inclui repudiar sanções unilaterais e táticas de pressão máxima, resistir a padrões e regras discriminatórios e exclusivos, fomentar a liberalização e a facilitação do comércio e dos investimentos, assegurar a estabilidade e a eficiência das cadeias globais de produção e suprimento, e sustentar o vigor e o impulso do crescimento econômico mundial. 

A verdadeira natureza da globalização reside na complementaridade de vantagens e na busca de um ganho mútuo, e não em prejudicar os vizinhos ou engajar-se em jogos de soma zero. 

Os países devem buscar a coordenação da política macroeconômica internacional, criar juntos um novo impulso para o desenvolvimento global e alcançar o crescimento interconectado e a prosperidade comum.

Ao revisitar a história, percebe-se que a humanidade evoluiu de uma situação de isolamento para um estado de abertura e integração. Há muito tempo os interesses de todos os países estão entrelaçados e seus futuros, intimamente vinculados. 

Além de apoiadores da globalização econômica, a China e o Brasil são também beneficiários da liberalização e facilitação do comércio e dos investimentos. 

O vigor e os resultados frutíferos dos últimos anos da parceria econômica e comercial entre os dois países demonstram a alta complementaridade na estrutura econômica, a profunda conexão na divisão global do trabalho e a convergência de interesses no desenvolvimento comum. 

A China está disposta a trabalhar junto com o Brasil, alinhando-se com as tendências contemporâneas e assumindo uma postura proativa na história. Vamos impulsionar a globalização econômica em uma direção mais aberta, inclusiva, benéfica para todos e equilibrada, empenhando-nos incansavelmente pela recuperação estável da economia mundial.

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