Cerca de 20 mandados de busca e apreensão foram cumpridos nesta quarta-feira, 03, em quatro estados e no Distrito Federal.
Agentes estiveram na casa de Eduardo Cunha, em um condomínio de luxo no Rio. O ex-presidente da Câmara, que cumpre prisão domiciliar, é investigado por suspeita de receber propina para baixar impostos de combustível de aviação em Brasília.
Promotores do Ministério Público e policiais civis também fizeram buscas na casa do ex-vice-governador do Distrito Federal e ex-deputado Tadeu Filippelli, em Brasília. Ainda houve apreensões em São Paulo, Espírito Santo e Goiânia. As investigações se basearam na delação premiada do doleiro Lúcio Funaro à Procuradoria-Geral da República.
Os crimes teriam ocorrido entre 2012 e 2014, quando Cunha era deputado federal e Filipelli, vice-governador do Distrito Federal, ambos do MDB. Cunha teria atuado para que uma lei distrital fosse alterada, baixando de 25 para 12% o ICMS do querosene de avião, o que beneficiaria companhias aéreas.
O Ministério Público sustenta que as empresas Gol e Latam pagaram R$ 10 milhões para Cunha e R$ 4 milhões a Filippelli. As duas companhias responderam que vão cooperar com as autoridades e prestar os esclarecimentos necessários.
O ex-presidente da Câmara já foi condenado a 15 anos de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, e está preso desde 2016. A defesa dele afirmou que os fatos não têm relação com o ex-deputado e que confia na Justiça. A defesa de Filippelli diz que não vai se manifestar.