CPTM anuncia 10 demissões durante greve 'para que a gente dê como exemplo'

Segundo Alexandre Baldy, secretário estadual de Transportes Metropolitanos, paralisação não pode afetar passageiros

Da Redação, com Rádio Bandeirantes

Dez trabalhadores da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) já foram demitidos por causa da greve desta terça-feira (24) dos ferroviários das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade.

A confirmação é de Alexandre Baldy, secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, em entrevista ao programa Manhã Bandeirantes, apresentado por José Luiz Datena na Rádio Bandeirantes. Segundo Baldy, as demissões servem de exemplo aos outros funcionários que aderiram à paralisação.

“Greve é direito, desde que não prejudique o direito dos outros. No caso do transporte público, atrapalha trabalhadores de toda parte da cidade. Com a CPTM, especialmente na zona leste. Não há a possibilidade de ônibus suprir a falta do transporte sobre trilhos. Os trens transportam até 2 mil passageiros a cada 2 minutos. Os ônibus, em torno de 70 ou 80. É inviável. No caso dessa greve, pegou muitos trabalhadores de surpresa”, criticou o secretário.

“Em torno de 10 trabalhadores estão sendo demitidos para que a gente dê como exemplo para que não se prejudique novamente essas centenas de milhares de passageiros”, acrescentou.

De acordo com o titular da secretaria, a linha 11-Coral tem “de 25% a 30% da frota” rodando normalmente – contra 100% em dias comuns. As linhas 12-Safira e 13-Jade foram completamente paralisadas. As linhas 7-Rubi, 8-Diamante, 9-Esmeralda e 10-Turquesa operaram normalmente pela manhã.

No dia 15 de julho, funcionários da CPTM já haviam realizado uma greve em busca de uma renegociação salarial. A companhia se comprometeu a pagar uma parte (50%) do Programa de Participação de Resultados (PPR) em agosto e o restante (50%) em janeiro.

Na ocasião, Baldy descartou novas greves a curto prazo. Segundo o secretário, o governo do estado propôs reajustes à categoria nos últimos dias. A CPTM deve realizar mais uma reunião com o sindicato à tarde, o que deve manter a paralisação pelo menos por mais algumas horas.

“Semana passada, propusemos um reajuste salarial atendendo ao pleito de mais de 10% entre 2020 e 2021 e fizemos a proposta para parcelar o retroativo em 10 parcelas. Não tem justificativa paralisar prejudicando milhares de pessoas em virtude de um direito que hoje milhões de brasileiros sonhariam em possuir”, criticou.

“Marcamos reunião dias atrás com três sindicatos. A CPTM é representada por três. Um deles, o que paralisa hoje, decidiu não entrar com os dois demais. Chegaram depois e já havíamos deixado o local. Eles não quiserem participar em conjunto por alguma razão específica entre eles”, acrescentou.

Baldy ainda afirmou que “meio milhão de passageiros foram prejudicados” pela greve desta terça-feira, e cobrou os grevistas.

“Faço um desafio ao sindicato: que se manifeste publicamente para entendermos o pleito. Repito, o reajuste foi atendido. Qual pleito falta para chegarmos ao acordo e voltarmos com a operação?”

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