CPMI aciona Mauro Cid na Justiça por ‘abuso do direito ao silêncio'

Durante a sessão, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro se recusou a responder perguntas simples, como a idade, quantidade de filhos e se possuía dois celulares

Da Redação

Mauro Cid durante depoimento à CPMI do 8 de janeiro
Edilson Rodrigues/Agência Senado

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro acionou o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), na Justiça do Distrito Federal por “abuso do direito ao silêncio” em depoimento, que aconteceu na terça-feira (11). 

Mauro Cid fez uso do direito ao silêncio na oitiva com os parlamentares em quase sete horas de sessão. Ele se recusou a responder perguntas simples, como a idade, quantidade de filhos e se possuía dois celulares. 

“Com todo respeito à Vossa Excelência, mas, dentro do escopo das investigações conduzidas pelo Supremo Tribunal Federal, sigo as orientações da minha defesa técnica e, com base em Habeas Corpus, vou me manter no direito de ficar em silêncio”, essa foi a fala dita por Mauro Cid de forma repetida ao longo da sessão da CPMI. 

Segundo o presidente da Comissão, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), “no caso em comento, configurou-se clara e inequivocamente abuso do direito ao silêncio por parte do representado, mediante condutas tipificadas como infrações penais".

“Assim, se de um lado, como cidadão tem o direito de se valer das garantias inerentes à não incriminação, por outro lado, tem o dever reforçado de, como testemunha, depor à Comissão Parlamentar de Inquérito fatos alheios a essa cláusula e de que eventualmente tenha conhecimento em razão de sua investidura em elevadas funções públicas que exerceu concomitantemente aos fatos sob investigação”, diz trecho da documento.

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