O relator da CPI da Pandemia, senador Renan Calheiros (MDB-AL), pretende apresentar o relatório da comissão investigativa sobre ações e possíveis omissões do governo federal para ser votado em 20 de outubro. Nele, estarão listado ao menos 11 crimes atribuídos ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Entre eles, crimes de responsabilidade, contra a saúde pública e contra a humanidade.
Renan informou que vai aproveitar o feriado prolongado de 12 de outubro para trabalhar no documento. Na última semana, o relator havia adiantado que iria pedir o indiciamento do presidente e pelo menos mais 40 pessoas, além de propor aposentadoria por invalidez para vítimas da covid-19 e a criação de um memorial aos mortos pela doença.
Senadores governistas vão apresentar relatórios paralelos como forma de contestação.
O relatório final será encaminhado para o Ministério Público Federal, que decidirá sobre a apresentação de denúncias formais à Justiça. No caso do presidente, o indiciamento será apresentado à Procuradoria-Geral da República.
Antes do relatório final, a comissão ainda vai ouvir o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pela terceira vez, na próxima segunda (18). O que motivou a nova convocação foi a decisão da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS (Conitec) ter tirado da pauta a votação de um relatório sobre a exclusão uso de medicamentos sem eficiência comprovada do chamado “kit Covid”, como a hidroxicloroquina. A suspeita é que isso tenha acontecido após interferência de Bolsonaro.
O Planalto tenta articular para evitar um novo depoimento do ministro aos senadores da CPI, tentando fazer com que ele responda aos novos questionamentos por meio de ofícios. O governo analisa que exista um processo para enfraquecer Queiroga no cargo.