A CPI da Pandemia continua no Senado nesta quinta-feira (12). O gerente-geral da Pfizer na América Latina e ex-presidente da farmacêutica no Brasil, Carlos Murilo é ouvido pela comissão. Assista à sessão ao vivo no vídeo acima.
O depoimento, que deve ter caráter mais técnico, deve ser pautado principalmente nos relatos do ex-chefe da Secretaria de Comunicação Fabio Wajngarten, que disse que o contato da Pfizer para a venda de vacinas ficou por dois meses sem resposta por parte do governo federal.
Também deve ser abordado com o executivo da Pfizer os detalhes da negociação com o governo federal, as cláusulas de contrato criticadas por Bolsonaro e a quantidade de doses oferecidas.
Segundo Wajngarten, a carta de 12 de setembro oferecia o imunizante contra a covid-19, mas pedia “celeridade devido à alta demanda de outros países e número limitado de doses”.
De acordo com o ex-secretário, o dono de um veículo de comunicação alertou a ele que a Pfizer tinha tentado entrar em contato com o governo e não obteve resposta. Ele disse que avisou Bolsonaro sobre a carta e marcou uma reunião em 17 de novembro com o então presidente da Pfizer, Carlos Murillo, mas que o presidente não participou dela.
O relator Renan Calheiros chegou a ameaçar Wajngarten de prisão por prestar informações falsas.
Além da fala de Murillo, a comissão deve votar requerimentos. Entre eles, o pedido para quebra de sigilo telefônico de Wajngarten.
A CPI ainda deve decidir sobre o depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que segue agendado para o próximo dia 19 de abril.
Quem já foi ouvido na CPI
Na última terça-feira (11), o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, foi ouvido e confirmou que houve sugestão de mudança da bula da cloroquina em reunião no Palácio do Planalto. Ele também disse que a agência alertou o Ministério da Saúde contra o uso profissional das máscaras KN95, não apropriadas para uso de profissionais da linha de frente da saúde.
Na última semana, a comissão ouviu os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich e o atual líder da pasta, Marcelo Queiroga.
Mandetta disse, entre outras coisas, que Bolsonaro tinha “assessoramento paralelo” sobre ações contra a covid-19.
Já Teich disse que a falta de autonomia e pressão por cloroquina motivaram sua saída da pasta.
Já o atual ministro irritou alguns senadores durante seu depoimento na CPI da Pandemia ao se recusar a dar respostas claras sobre o tratamento precoce com hidroxicloroquina. A comissão já pediu uma nova reconvocação de Queiroga à comissão.