O Canal Livre deste domingo (29) recebe os médicos Marco Aurélio Sáfadi, infectologista, pediatra e presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, e Jorge Kalil, diretor do Departamento de Imunologia do Incor (Instituto do Coração) e professor da faculdade de medicina da USP (Universidade de São Paulo), Jorge Kalil.
Eles discutem sobre a terceira dose da vacina contra a Covid-19, anunciada pelo Ministério da Saúde na última semana para quem tem mais de 70 anos e para imunossuprimidos.
O programa vai ao ar hoje às 20h no canal BandNews TV e à meia-noite, na Band. A apresentação fica por conta de Rodolfo Schneider, ao lado dos jornalistas Fernando Mitre e Cynthia Martins.
Para Kalil essa terceira dose é urgente para os grupos selecionados, já que o número de hospitalizações e mortes continua elevado. Segundo ele, o que se dará não é um reforço, mas sim uma complementação.
O especialista dá o exemplo da Coronavac para dizer que, com ela, não se atingiu o pico de imunização em idosos e imunossuprimidos depois de um mês. “O objetivo é que as pessoas idosas consigam atingir o pico de resposta que atingiriam com duas doses, por exemplo, da Pfizer”, diz.
Schneider questionou quem deve ser priorizado na vacinação. De acordo com Sáfadi, “para um indivíduo jovem, duas doses são perfeitamente razoáveis e suficientes“, já que a resposta imune desse grupo tem outro “grau de robustez”. Entretanto, ele lembra que o envelhecimento do sistema imune afeta o idoso e faz com que se criem sistemas adaptados.
“É muito provável que uma dose da vacina em um adolescente o proteja com muito mais robustez, com muito mais eficiência do que a terceira dose em um idoso acima de 70 anos”, diz o médico.
Sobre a questão de ter doses suficientes ou não, Kalil conta que médicos e pesquisadores se reuniram na semana passada com o ministro da Saúde a equipe do Ministério para chegar ao número de idosos que precisarão de uma terceira dose. Assim, eles chegaram à conclusão de essa nova aplicação não teria impacto na vacinação que está ocorrendo. O motivo é a previsão da chegada de um grande número de doses em setembro.
Cynthia questiona se é seguro tomar uma terceira dose que não seja da vacina que se tomou na primeira e segunda. Sáfadi conta que dois estudos já investigaram essa situação e garantiram que a segurança da imunização não é comprometida.
“Do ponto de vista dos conhecimentos que nós temos prévios de imunologia, é até melhor, porque vai utilizar vias um pouco diferentes de ativação do sistema imune”, afima Kalil em relação ao questionamento.