Corregedoria da PM tenta prender 22 policiais por ‘tour da propina’ em Nova Iguaçu (RJ)

Policiais militares são denunciados pelos crimes de corrupção passiva, negativa de obediência e associação criminosa

da redação

Viatura da Polícia Militar do Rio de Janeiro
Fernando Frazão/Agência Brasil

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 1ª Promotoria de Justiça junto à Auditoria de Justiça Militar, em conjunto com a Corregedoria da Polícia Militar, realiza uma operação, nesta quinta-feira (7), para prender 22 policiais militares denunciados por corrupção passiva, negativa de obediência e associação criminosa.

Até a última atualização desta reportagem, 12 policiais foram detidos e encaminhados para a sede da Corregedoria da Polícia Militar em São Cristóvão, na Zona Norte do Rio. 

A investigação apurou que as guarnições realizavam um verdadeiro "tour da propina" em Nova Iguaçu, visitando em sequência dezenas de comércios para arrecadar dinheiro ilicitamente. Segundo a denúncia, foi identificado o recolhimento de valores em 54 estabelecimentos.

“A apuração do caso se iniciou após notícia anônima relatando que policiais do 20ª BPM estariam recolhendo propina de uma loja de reciclagem de materiais no bairro Miguel Couto, em Nova Iguaçu”, informou o Ministério Público em comunicado. 

Diante dos primeiros indícios, a Delegacia de Polícia Judiciária Militar passou a realizar o monitoramento de agentes e conseguiu verificar não só que várias guarnições do batalhão praticavam o crime, recolhendo valores do estabelecimento, mas repetiam a mesma conduta em vários outros comércios.

“O procedimento criminoso era executado da mesma forma, sempre às sextas-feiras: os policiais denunciados paravam brevemente a viatura nos estabelecimentos, alguém se aproximava e entregava as quantias; ou um dos policiais desembarcava e entrava no comércio, permanecendo poucos minutos antes de retornar à viatura e sair do local”, afirmou o MP. 

Os estabelecimentos eram de reciclagem e ferros-velhos, mas também distribuidores de gás, lojas de construção, entre outros. Além de dinheiro, a investigação flagrou os policiais recolhendo cervejas em depósitos e até frutas em um hortifruti.

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