Correção do IR para isentar faixa de 1,5 salário pode sair em 2023, diz ministro

Sem atualização desde 2015, Imposto de Renda passa a englobar trabalhadores que recebem 1,5 salário a partir de 2023

Da redação com BandNews FM

Correção do IR para isentar faixa de 1,5 salário pode sair em 2023, diz ministro
Lula prometeu isentar do Imposto de Renda quem recebe até R$ 5 mil
Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT), confirmou que a área econômica do governo avalia promover, ainda em 2023, mudanças na tabela do Imposto de Renda (IR) para evitar que trabalhadores que recebem 1,5 salário mínimo paguem o tributo. A declaração foi dada em entrevista à BandNews FM na manhã desta quarta-feira (25).

Acontece que 2023 será o primeiro ano em que pessoas que recebem 1,5 salário mínimo terão que pagar o IR, resultado da combinação entre a tabela do tributo, sem atualização desde 2015, e do valor atual para o salário mínimo aprovado pelo Congresso Nacional. A situação preocupa o governo, já que Lula prometeu, em campanha, isentar quem ganhasse até R$ 5 mil. 

“Nós estamos discutindo, também, com o governo a possibilidade de fazer alguma correção, neste ano ainda, para aliviar, para não colocar mais trabalhadores no Imposto de Renda, porque o grande questionamento que está presente é que, com o reajuste do salário mínimo, quem ganha um salário mínimo e meio já passaria a pagar o Imposto de Renda, e estava isento até o ano passado. Isso o governo está avaliando, a área econômica está avaliando”, disse Marinho.

Isentar quem ganha até R$ 5 mil

Segundo ele, é necessário corrigir distorções desde 1996, cuja isenção da época, corrigida para os dias atuais, representaria a faixa de R$ 5 mil que o governo promete isentar. 

“Então, o que o presidente Lula falou em campanha e se comprometeu a criar uma dinâmica que volte a resgatar e corrigir a tabela, resgatando o que era em 1996. Em 1996, tinha-se uma isenção que, se corrido para hoje, daria ordem de R$ 5 mil de isenção do Imposto de Renda. É isso que o presidente Lula apresentou em campanha. Esse compromisso está mantido”, continuou o ministro.

Saque-aniversário

Marinho ainda comentou a polêmica acera do saque-aniversário do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Para ele, a modalidade precisa ser encerrada, pois desampara o trabalhador quando perde o emprego e enfraquece um dos propósitos iniciais do programa, o financiamento voltado a investimentos públicos para a geração de emprego, como habitação e saneamento.

“Você também tem outro problema, que é o enfraquecimento do próprio fundo para prover investimento, habitação, saneamento, investimento em infraestrutura para poder provocar geração de emprego. Então, você destrói os objetivos quando foi pensada a criação do fundo de garantia”, analisou o gestor petista.

Reunião em março sobre FGTS

Em março, o governo levará essas distorções alegadas por Marinho à reunião com o Conselho Operador do Fundo de Garantia.

“São essas distorções que nós vamos pautar para a reunião do Conselho Operador do Fundo de Garantia, em março deste ano, em que nós vamos discutir para, se depender da minha opinião, acabar com o saque-aniversário”, defendeu o ministro.

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