A Coreia do Norte disse neste sábado (2) que consideraria qualquer interferência nos lançamentos de satélites que o país tem feito como uma declaração de guerra. Comunicado foi feito por um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, e divulgado pela mídia estatal KCNA.
A declaração ainda diz que o país aplicaria contramedidas em caso de interferência dos Estados Unidos. Comunicado acontece após os Estados Unidos e o Japão condenarem veementemente o lançamento, classificando-o como uma “violação descarada” das sanções da ONU que poderia desestabilizar a região.
“O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte declara que irá aplicar contramedidas a indivíduos, instituições e organizações dos EUA e às suas forças vassalas envolvidas na elaboração e execução da política de sanções contra a Coreia do Norte”, disse o comunicado.
A Coreia do Norte afirma ter lançado com sucesso o seu primeiro satélite espião militar em 21 de novembro, transmitindo fotos de instalações militares no continente dos EUA e no Japão.
“As sanções unilaterais e ilegais dos EUA que violam gravemente a Carta das Nações Unidas com a igualdade soberana, a não interferência nos assuntos internos e o respeito pelo direito à autodeterminação como seu núcleo e outros princípios do direito internacional são os principais fatores que minam a ordem internacional baseada sobre equidade e multilateralismo”, disse o comunicado.
Os planos de satélite da Coreia do Norte
A Coreia do Norte conduziu um número recorde de testes de armas este ano. Mas colocar com sucesso um satélite espião em órbita poderia melhorar suas capacidades de recolher informações, sobre especialmente a Coreia do Sul, e fornecer dados cruciais em qualquer conflito militar, dizem os especialistas.
No passado, a Coreia do Norte afirma ter lançado satélites de “observação”, dois dos quais pareciam ter alcançado a órbita com sucesso, incluindo um em 2016. No entanto, autoridades sul-coreanas levantaram dúvidas sobre se esses equipamentos estão mesmo transmitindo sinais.
Pyongyang está impedida por resoluções da ONU de realizar testes que envolvam tecnologia balística e, dada a similaridade, por consequência, de fazer lançamentos espaciais.