Economia e Negócios

Copom interrompe série de cortes e mantém taxa Selic em 10,50%

A decisão interrompe uma série de sete cortes consecutivos

Da redação, com Agência Brasil

Copom interrompe série de cortes e mantém taxa Selic em 10,50%
Divulgação

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu manter a taxa básica de juros, a Selic, em 10,50% ao ano. A decisão interrompe uma série de sete cortes consecutivos.

Segundo o Banco Central, o “Comitê, unanimemente, optou por interromper o ciclo de queda de juros, destacando que o cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas demandam maior cautela. Ressalta, ademais, que a política monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente em patamar que consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. O Comitê se manterá vigilante e relembra, como usual, que eventuais ajustes futuros na taxa de juros serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”.

De agosto do ano passado até março deste ano, o Copom tinha reduzido os juros básicos em 0,5 ponto percentual a cada reunião. Em maio, a taxa tinha sido cortada em 0,25 ponto percentual.

A taxa está no menor nível desde fevereiro de 2022, quando estava em 9,75% ao ano. De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. Por um ano, de agosto de 2022 a agosto de 2023, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas, quando começou a ser reduzida.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic estava em 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.

Críticas de Lula a Campos Neto

Nesta semana, o presidente Lula fez duras críticas ao presidente do BC, Roberto Campos Neto. 

"Só temos uma coisa desajustada no Brasil neste instante: é o comportamento do Banco Central. Essa é uma coisa desajustada", disse em entrevista a rádio CBN.

Lula também afirmou que Campos Neto atua politicamente, já que foi indicado ao cargo pelo então presidente Jair Bolsonaro.

"Um presidente do Banco Central que não demonstra nenhuma capacidade de autonomia, que tem lado político e que, na minha opinião, trabalha muito mais para prejudicar o país do que para ajudar o país", pontuou Lula. 

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