O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu aumentar a taxa básica de juros, a Selic, para 10,75% ao ano.
A decisão unânime nesta quarta-feira (18), tem um aumento de 0,25% e tem um crescimento na taxa pela primeira vez durante o governo Lula.
Em nota, o Copom indica que o ambiente externo permanece desafiador, mesmo com a queda dos juros nos Estados Unidos. “O Comitê avalia que o cenário externo, também marcado por menor sincronia nos ciclos de política monetária entre os países, segue exigindo cautela por parte de países emergentes”, diz a nota.
O Copom avalia que há uma assimetria no balanço de riscos para a inflação, como as expectativas para o período prolongado, maior resiliência na inflação de serviços e conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário.
Ajustes futuros na Selic serão ditados pelo compromisso na convergência da inflação e, segundo o Copom, devem depender da evolução da política monetária brasileira.
Crédito mais caro
O aumento da taxa Selic ajuda a conter a inflação. Isso porque juros mais altos encarecem o crédito e desestimulam a produção e o consumo. Por outro lado, taxas maiores dificultam o crescimento econômico. No último Relatório de Inflação, o Banco Central aumentou para 2,3% a projeção de crescimento para a economia em 2024, mas o número deve ser revisado após o crescimento de 1,4% no Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre.
O mercado projeta crescimento bem melhor. Segundo a última edição do boletim Focus, os analistas econômicos preveem expansão de 2,96% do PIB em 2024.
A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de subir.