Desafios sobre as mudanças climáticas reúnem líderes de mais de 120 nações nesta segunda-feira (1º) na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), principal fórum político para enfrentar o problema, que acontece Glasgow, na Escócia. Durante o discurso de abertura, o secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um alerta sobre a urgência em controlar a emissão de gases.
“Seis anos se passaram desde Paris e foram os seis anos mais quentes da nossa história. O nosso vício em combustíveis fósseis está levando a humanidade à beira da catástrofe. Temos uma escolha: ou detemos ou isso vai nos deter. E é hora de dizer “basta”. Basta de brutalizar a nossa biodiversidade. Basta de nos matar com carbono. Chega de tratar a natureza como esgoto. Chega de queimar, perfurar e minar com cada vez mais profundidade. Estamos cavando a nossa própria cova”, disse Guterres.
Ele chamou atenção para o relatório do "Emissions Gap Report" de 2021, publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) no fim de outubro, que aponta que os compromissos dos países são insuficientes para reduzir a emissão de gases de efeito estufa. Isso significa que, se tudo continuar como está, neste século haverá uma elevação da temperatura do planeta em 2,7 graus Celsius.
O Acordo de Paris, assinado em 2015, estabeleceu como grande objetivo limitar o aquecimento do planeta a até 1,5 grau em relação à era pré-industrial. “Mesmo se os compromissos mais recentes fossem críveis, reais - e isso é muito questionável - ainda assim estamos caminhando para uma catástrofe climática”, disse.
De acordo com o secretário, os recentes anúncios climáticos podem passar a impressão de que estamos virando esse jogo, mas isso não passa de uma ilusão. “A ciência é clara, sabemos o que fazer. Precisamos manter o objetivo de 1,5 grau vivo. E isso exige uma missão maior em termos de mitigação e ações concretas imediatas para reduzir as emissões em 45% até 2030.”
Brasil e emissões de gases
O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, anunciou na manhã desta segunda-feira, 01, a nova meta do Brasil para a redução na emissão de gases que contribuem para o efeito estufa: de 43% para 50% até 2030, e de neutralidade de carbono até 2050.
“Apresentamos hoje uma nova meta climática, mais ambiciosa, passando de 43% [na redução das emissões de gases] para 50% até 2030 e de neutralidade de carbono até 2050, que será formalizado durante a COP26”, disse o ministro no comunicado.