A 26ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas, COP26, finalmente aprovou um acordo climático após uma intensa negociação entre mais de 200 países-membro. Apesar da adesão das nações, representantes esperavam um acordo mais definitivo em questões-chave.
Em Glasgow, na Escócia, lideranças internacionais apresentaram o acordo final que, pela primeira vez na história, menciona combustíveis fósseis como o carvão, petróleo e gás, apontados como grandes responsáveis pelo efeito estufa.
Além da menção aos fósseis, o acordo tratou do financiamento para destinar recursos aos países pobres, com uma promessa de R$ 100 bilhões por ano. Também foram definidos pontos que estavam em aberto do Acordo de Paris, em 2015, como o que se refere ao mercado de carbono.
Em entrevista exclusiva ao BandNews TV, o fundador do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, Fabio Feldmann, afirmou que o acordo final é bastante positivo para a comunidade internacional.
Segundo Feldmann, havia uma grande divergência entre as nações sobre temas importantes para selar o acordo, como o uso dos termos sobre combustíveis fósseis e a transferência de renda que os países desenvolvidos deveriam realizar para ajudar os países mais pobres a se adaptar à crise climática.
"O processo diplomático é muito lento e nem sempre responde adequadamente à urgência do problema do clima. Os avanços são muito reduzidos, o ideal é que tivéssemos mais ação e menos conversa, mas eu diria que foi uma COP bem sucedida", frisou.
A expectativa agora é que as questões acordadas sejam colocadas em prática e implementadas pelas nações, começando pelas potências mundiais, os grandes emissores e depois os países que ainda não possuem capacidade financeira para cumprir as promessas.