Adriana Vargas dos Anjos, coordenadora técnica do Laboratório PCS Saleme, envolvido no caso dos pacientes infectados com HIV após transplantes de órgãos, negou, em depoimento à Polícia Civil, a acusação de que teria determinado mudanças no controle das testagens.
Presa na manhã deste domingo (20), a funcionária foi apontada por outros funcionários do local como a responsável por ordenar a quebra do protocolo de checagem de antígenos – que era para ser feita diariamente, mas passou a ser semanal com o objetivo de maximizar os lucros do estabelecimento.
Adriana foi presa em casa, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, e encaminhada à Cidade da Polícia, no Rio de Janeiro, acompanhada de um advogado. Ela deve ser levada em seguida ao presídio de Benfica, onde estão os outros presos da operação.
Fases da Operação Verum
A prisão da coordenadora aconteceu durante a segunda fase da Operação Verum. Além do mandado de prisão, foram cumpridos oito de busca e apreensão por policiais civis da Delegacia do Consumidor (Decon), com o apoio do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE).
Na primeira fase da operação, realizada na segunda (14), duas pessoas foram detidas, e outras duas se entregaram nos dias seguintes. Os presos são:
- Walter Vieira, sócio do laboratório;
- Ivanilson Fernandes dos Santos, técnico do laboratório;
- Cleber de Oliveira dos Santos, técnico do laboratório;
- Jacqueline Iris Bacellar de Assis, funcionária da empresa.
Com isso, foi concluída a primeira etapa da investigação. Atualmente, além das diligências deste domingo, estão em andamento a análise dos documentos e materiais apreendidos.
Segundo as investigações, houve uma falha operacional no controle de qualidade aplicado nos testes, com o objetivo de diminuir custos.
“Com o avançar das investigações, a Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol) desmembrou o procedimento que apura os falsos laudos emitidos pelo Laboratório PCS Saleme e instaurou novo inquérito para investigar o processo de contratação da empresa. Esse trabalho policial vai contar com apoio do Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD) da Polícia Civil e da Controladoria-Geral do Estado. A força-tarefa do Governo do Estado visa à rápida elucidação dos fatos e à responsabilização dos envolvidos em caso de constatação de irregularidades”, disse a Polícia Civil, em nota.