Conselho Federal de Psicologia se posiciona contra uso da Constelação Familiar

Nota técnica mostra incongruências éticas e método viola diretrizes e não tem técnicas para manejo de desorganização psíquica

Da redação

Conselho Federal de Psicologia se posiciona contra uso da Constelação Familiar
Constelação Familiar é criticada pelo CFP
Reprodução/Freepik

O Conselho Federal de Psicologia publicou nesta sexta-feira (3) uma nota em que se posiciona contra o uso da Constelação Familiar Sistêmica. O documento lista incompatibilidades éticas entre o método e o exercício profissional da psicologia, além de violações de diretrizes do Conselho. 

Na nota, o CFP afirma que fundamentos da Constelação Familiar admitem o uso da violência como restabelecimento da hierarquia, como atribuir a mulheres e meninas a responsabilidade pela violência sofrida.  “A exposição de mulheres em situação de violência pode expô-las a situações de risco, insegurança e revitimização, não tendo situação de igualdade entre vítima e agressor”, afirma. A técnica, para o CFP, acaba colocando mulheres em situações adversas e de fragilidade. 

Em outro ponto da nota, o CFP afirma que a Constelação Familiar pode causar abrupto estado de sofrimento ou desorganização psicológica e que o método “não abarca conhecimento técnico suficiente para o manejo desses estados – o que conflita com a previsão do Código de Ética Profissional do Psicólogo”. 

O documento mostra que as Constelações Familiares também infringem o conceito de sigilo profissional dos psicólogos, já que as sessões são realizadas em grupo ou até on-line. “A conduta é incompatível conforme dispõe o Código de Ética da Psicologia”, afirma. 

Além disso, o CFP afirma que as Constelações Familiares quebram normativas do Estatuto da Criança e do Adolescente, por naturalizar ausência de direitos de crianças e jovens perante aos pais. O Conselho afirma que a Constelação viola diretrizes sobre gênero e sexualidade, reproduzindo conceitos que fogem do padrão do CFP.

Por fim, o CFP afirma que levará o posicionamento ao Ministério da Saúde e para a Justiça para orientar magistrados e psicólogos a não utilizarem o método da Constelação Familiar em práticas contra a violência doméstica e familiar contra a mulher. 

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