Conselho de Segurança da ONU deve ser pacifista e não fomentar guerras, diz Lula

Para Lula, é preciso uma representação adequada de países emergentes, como da África e América Latina, em órgãos como o Conselho de Segurança

Da Redação

Lula com o presidente do Egito, Abdel Fatah El-Sisi
Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quinta-feira (15), que os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) devem ser atores pacifistas e não atores que fomentam a guerras.

“É preciso que o Conselho de Segurança da ONU tenha outros países participando. Outros países da África, outros países da América Latina participando. É preciso que tenha uma nova geopolítica na ONU. É preciso acabar com o direito de veto dos países. E é preciso que os membros do conselho de segurança sejam atores pacifistas, e não atores que fomentam a guerra”, disse Lula.

Cumprindo agenda no Cairo, capital do Egito, Lula voltou a defender mudanças na governança global, durante declaração à imprensa ao lado do presidente do país, Abdel Fattah Al-Sisi.

Desde que assumiu o mandato, no ano passado, em discursos em diversas instâncias internacionais, Lula vem defendendo que o modelo atual de governança, criado depois da Segunda Guerra Mundial, não representa mais a geopolítica do século XXI.

Para o presidente, é preciso uma representação adequada de países emergentes, como da África e América Latina, em órgãos como o Conselho de Segurança da ONU.

Atualmente, o conselho reúne apenas Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido – países que podem vetar decisões da maioria. Outros países também participam como membros rotativos, mas sem poder de veto.

Conflito em Gaza

“As últimas guerras que tivemos, a invasão ao Iraque não passou pelo Conselho de Segurança da ONU. A invasão à Líbia não passou pelo Conselho de Segurança da ONU. A Rússia não passou pelo Conselho de Segurança para fazer a guerra com a Ucrânia. E o Conselho de Segurança não pode fazer nada na guerra entre Israel e a Faixa de Gaza. A única coisa que se pode fazer é pedir paz pela imprensa, mas que me parece que Israel tem a primazia de não cumprir nenhuma decisão emanada da direção das Nações Unidas”, pontuou o presidente. 

Para Lula, é preciso que uma decisão seja tomada. O presidente também agradeceu ao Al-Sisi por ajudar o Brasil na retirada de nacionais que estavam na Faixa de Gaza. 

“Eles atenderam nosso embaixador, conversaram muito, e nós conseguimos retirar praticamente quase duas mil pessoas que estavam em Israel e uma boa parte delas na Faixa de Gaza. Então, eu quero publicamente agradecer ao presidente Al-Sisi”, destacou Lula. 

Lula e Al-Sisi também conversaram sobre a grave situação humanitária na Faixa de Gaza. Para ele, a escalada da violência cometida contra os civis no enclave palestino “não encontra justificativa”. “Sempre vimos o Egito como um ator essencial na busca de uma solução para o conflito entre Israel e Palestina”, destacou. 

“É urgente estabelecer um cessar-fogo definitivo que permita a prestação de ajuda humanitária sustentável e desimpedida, a imediata e incondicional liberação dos reféns. O Brasil é terminantemente contrário a tentativas de deslocamento forçado do povo palestino. Por esses motivos, entre outros, o Brasil se manifestou em apoio ao processo instaurado na Corte Internacional de Justiça pela África do Sul”, reforçou Lula. 

*Com informações da Agência Brasil

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