Conselho de Ética arquiva ação contra Nikolas Ferreira por transfobia na Câmara

Processo de cassação do deputado federal foi aberto após declaração feita no Dia Internacional da Mulher, em março

Da redação

Deputado Nikolas Ferreira
Foto: Agência Brasil

A Comissão de Ética da Câmara dos Deputados arquivou nesta quarta-feira (9) a ação que poderia cassar o mandato do deputado federal Nikolas Ferreira (PL). O processo de cassação foi aberto em março, após o político usar uma peruca e dizer que era ‘Nikole’ durante um discurso no Dia Internacional da Mulher, em março deste ano. 

O arquivamento ocorreu após o relator do processo, Alexandre Leite (União Brasil), mudar o voto de última hora. Uma hora antes, a deputada Carla Zambelli (PL) também teve uma ação de cassação arquivada pela Comissão de Ética. 

Em publicação pelas redes sociais, Nikolas celebrou a decisão. “Não é o fim das perseguições, mas uma vitória importante para todos. Obrigado aos colegas deputados e todos que oraram e torcerem junto comigo. A verdade prevalece”, escreveu. 

Érika Hilton (PSOL) lamentou a decisão. Ela foi uma das deputadas que entrou com pedido de cassação de Nikolas Ferreira. “Mas isso não o libera para seguir praticando crimes de ódio contra nossa população. Inclusive, a própria Justiça já decidiu que ele deva retirar todos os conteúdos e falas transfóbicas de suas redes sociais e ainda pode tomar uma condenação de R$ 5 milhões por danos à sociedade”, escreveu. 

Relembre o caso

As bancadas do PSOL, PT, PDT, PCdoB e PSB protocolaram o pedido de cassação do mandato de Nikolas Ferreira por quebra de decoro parlamentar após fazer discurso considerado transfóbico. O pedido foi apresentado ao presidente da Câmara dos Deputados, Artur Lira (PP-AL), e ao Conselho de Ética.

Durante o discurso no dia 8 de março, o deputado vestiu uma peruca amarela e disse que "se sentia uma mulher” no Dia Internacional da Mulher e afirmou que “as mulheres estão perdendo seu espaço para homens que se sentem mulheres”. 

Desde 2019, a transfobia foi equiparada ao crime de racismo no país e passou a ser tratada como crime hediondo.

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