Conselho da ONU volta a adiar resolução sobre ajuda humanitária em Gaza

Por Moises Rabinovici

Reunião do Conselho de Segurança da ONU
David 'Dee' Delgado/Reuters

O Conselho de Segurança da ONU adiou pelo segundo dia uma resolução de cessar-fogo para permitir a entrada de mais ajuda humanitária à Gaza. O voto está na dependência de uma linguagem aceita pelos EUA, para evitar um novo veto, como aconteceu na semana passada. A minuta da resolução, na versão apresentada na segunda-feira, pelos Emirados Árabes Unidos, pedia uma "cessação urgente e sustentável das hostilidades". “Cessação” poderia ser substituida por “suspensão”.

Fora do âmbito do Conselho de Segurança, nesta quarta-feira, no Egito, o chefe da ala política do Hamas, Ismail Haniye, ouvirá a nova proposta de cessar-fogo e troca de reféns por prisioneiros, preparada em encontro dos chefes da CIA e do Mossad com o emir do Catar, em Varsóvia, nos últimos dias. Uma informação que vazou, atraente para o Hamas, se verdadeira, é que Israel permitirá a escolha dos prisioneiros palestinos que devem ser soltos.

Mas o tema no ar não é somente o cessar-fogo. O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, anunciou que "a operação terrestre será expandida para outros locais e ameaçou os altos funcionários do Hamas, dizendo que Israel os levará "para o lugar que merecem - o cemitério ou a prisão". Gallant acrescentou que Khan Yunis "se tornou a nova capital do terrorismo", e acrescentou: "Estamos trabalhando lá, concentrando nossos esforços, a ação terá fases cruzadas e continuará até atingirmos nossos objetivos."

As Forças de Defesa de Israel (FDI) também anunciaram nesta terça-feira que Jabalya, defendida pela brigada do norte do Hamas, está “desmantelada”. "Jabalya não é mais a Jabalya que costumava ser", disse o general de brigada Itzik Cohen. "Matamos centenas de terroristas e prendemos cerca de 500 suspeitos de terrorismo, alguns dos quais participaram dos eventos de 7 de outubro". As FDI estão agora no coração da Cidade de Gaza, “e com liberdade operacional". Casas que pertenciam a 57 agentes do Hamas que participaram do massacre de 7 de outubro foram destruídas.

Em Rafah, no sul de Gaza, Israel matou o homem que era considerado o ministro das finanças do Hamas, Subhi Farwanah. Mais um arsenal foi também descoberto no bairro de Shuja’iyya. Durante o dia, foguetes do Hamas atingiram Tel-Aviv e o litoral, alguns caindo no mar. Não houve feridos nem impactos diretos em casas ou prédios. Disparos do Hezbollah, desde o sul do Líbano, acertaram cidades da fronteira norte, que estão vazias, a população descoladas para o sul.

O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, atualizou o número de mortos da guerra de dois meses para 19.667, com 52.586 feridos.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu recebeu os familiares dos reféns ainda nos túneis de Gaza, 129 no total, prometendo que fará tudo para os trazerem de volta a Israel.  "As reuniões são realizadas em um fórum que permite um diálogo profundo e pessoal entre o primeiro-ministro e as famílias. As reuniões são acompanhadas pelo coordenador da libertação dos reféns, o tenente-coronel Gal Hirsch".

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