No Conselho de Segurança da ONU, o embaixador brasileiro voltou a defender uma saída diplomática no conflito entre Rússia e Ucrânia, além de criticar o que ele chamou de “sanções seletivas” que podem “afetar setores de fertilizantes e trigo”. Para Ronaldo Costa Filho, algumas medidas podem “exacerbar o conflito em vez de resolver”.
“O fornecimento de armas ou recursos aos ciberataques e o uso de sanções seletivas que podem afetar setores, como fertilizantes e trigo, com grande risco de levar a uma situação de fome, podem exacerbar esse conflito em vez de resolver. Não podemos ignorar o fato de que essas medidas aumentam os riscos de confronto direto e mais amplo entre a Otan e Rússia”, discursou o embaixador no Conselho de Segurança da ONU neste domingo, 27.
A reunião de hoje do Conselho foi de caráter emergencial, dois após a Rússia vetar resolução que condenaria o país por causa da invasão à Ucrânia. Nas duas ocasiões, Filho votou com a maioria contra Moscou. Por outro lado, o brasileiro adotou um discurso neutro em relação aos russos.
Hoje, por exemplo, o embaixador brasileiro disse que a Assembleia Geral da ONU, aprovada em votação do Conselho, precisa garantir a segurança da Ucrânia e da Rússia, além de criar mecanismos para manter a estabilidade estratégica da Europa.
“Precisamos participar de negociações sérias, de boa-fé, para restaurarmos a integridade do território ucraniano, garantir a segurança da Ucrânia e da Rússia e estabilidade estratégica na Europa”, reforçou Filho.
Para o brasileiro, o Conselho de Segurança, “com a responsabilidade de manter a paz e segurança internacionais, ainda não exauriu todos os instrumentos e mecanismos que estão à disposição para contribuir para uma saída negociada e diplomática que leve à paz”.