A 16ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (COP16) tentou instituir a exigência de que os países financiem sistemas de alerta e construam infraestrutura adequada em nações mais pobres, particularmente na África, que é a mais afetada pelas mudanças. A conferência ocorre a cada dois anos. Não confundir com a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, também chamada de COP, cuja 29ª edição ocorreu em novembro, no Azerbaijão.
A Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD) divulgou um relatório no início desta semana alertando que, se as tendências de aquecimento global continuarem, quase 5 bilhões de pessoas - incluindo na maior parte da Europa, partes do Oeste dos Estados Unidos, Brasil, Leste da Ásia e África Central - serão afetadas pela seca até o final do século. O relatório diz também que agricultura está particularmente em risco, o que pode levar à insegurança alimentar em várias partes do mundo.
Os países participantes das discussões em Riad decidiram adiar a questão para as negociações de 2026, na Mongólia. "As partes precisam de mais tempo para concordar sobre qual é a melhor maneira de abordar a questão crítica da seca", disse Ibrahim Thiaw, chefe da UNCCD.
No início da conferência, a Arábia Saudita, alguns outros países e bancos internacionais prometeram US$ 2,15 bilhões para combater a seca. E o Grupo de Coordenação Árabe, composto por 10 bancos de desenvolvimento sediados no Oriente Médio, prometeu US$ 10 bilhões até 2030 para lidar com a degradação da terra, desertificação e seca. Espera-se que os recursos apoiem 80 dos países mais vulneráveis a se prepararem para o agravamento das condições de seca.
"Temo que a COP16 da UNCCD tenha sofrido o mesmo destino que as COPs de biodiversidade e clima deste ano. Falhou em entregar resultados", disse Jes Weigelt, do instituto europeu dedicado ao clima TMG Research, que tem acompanhado as negociações. Fonte: Associated Press