Jair Bolsonaro defendeu a esposa, Michelle Bolsonaro, do possível esquema de rachadinha envolvendo ela e o ex-ajudante de ordens da presidência da República, Mauro Cid. Em conversa com jornalistas saindo do gabinete do filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL).
Ao ser perguntado sobre uma possível convocação de Michelle para depor sobre o caso, ele a defendeu e disse que os gastos eram de cunho pessoal e não envolviam dinheiro público. “As compras dela são absorventes, roupas para a filha, manicure, cabeleireiro. Eu sacava em média R$ 20 mil por mês, além das coisas que me pagavam na conta pessoal, como presidente da República R$ 33 mil e R$ 12 mil como capitão do Exército", afirma.
"Eu nunca usei o cartão corporativo meu, que poderia sacar R$ 17 mil por mês. Está na mão de vocês o extrato, nunca saquei um centavo, nunca paguei uma conta sequer no cartão”, disse Bolsonaro.
Segundo ele, Michelle desconhecia os fatos divulgados pela imprensa e do possível esquema semelhante à rachadinha. “Quando mexe com familiar, minha esposa no caso, é muito pessoal. Ela até desconhecia uma organização enorme por parte dela, tem quatro calhamaços de notas fiscais de compras pessoais feitas por nós em 2019, 20, 21 e 22”, afirma.
Bolsonaro chegou a citar a polêmica das joias sauditas e de outros presentes que recebeu durante os anos em que esteve na presidência. “Tem uma moto de madeira que eu ganhei, pensei que poderia ficar comigo, não pode, paciência. Dos três tipos de presente que tinha lá, dois doei para a Biblioteca Nacional", citou.
Ele chegou a fazer referência aos institutos de ex-presidentes e do atual, Lula. "Eu não quero abrir uma fundação para mim, como outros presidentes fizeram, porque é dor de cabeça. Tem que pedir doação, entrar na lei Rouanet, não quero isso, quero doar esse material todo e ficar livre desse problema”, pontuou.