A morte da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, de 45 anos, assassinada na véspera de Natal pelo ex-marido, o engenheiro Paulo José Arronenzi, com 16 facadas, chocou o País. De acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, quase 90% das vítimas de feminicídio no Brasil são mulheres mortas por ex-maridos ou ex-companheiros. As informações são do Jornal da Band.
Além de Viviane, Ana Paula Porfírio, de 45 anos; Evelaine Aparecida Ricado, de 29; e Thalia Ferraz, de 23, também aparecem entre as vítimas assassinadas por maridos e ex-maridos entre a véspera e o dia do Natal. Casos aconteceram em Pernambuco, Paraná e Santa Catarina.
O Brasil tem a 5ª maior taxa de feminicídio do mundo. E casos reforçam uma estatística que vem crescendo no País. No primeiro semestre, os feminicídios aumentaram em 2% que no mesmo período do ano passado. “Somos permissivos quando falamos em Lei Maria Da Penha, somos permissivos quando falamos em crimes contra a mulher. Não adotamos nenhum tipo de estratégia que coíba os agressores a continuar suas agressões”, diz a promotora de Justiça Eliana Passareli.
A Lei Maria da Penha prevê medidas protetivas. As principais são o afastamento do agressor da casa ou local de convivência com a vítima ou fixação do limite mínimo de distância que o agressor fica proibido de ultrapassar em relação à mulher.
No entanto, estatísticas mostram que a maioria das vítimas não tem medidas protetivas. E grande parte dos relatos de agressão não chegam a avançar e se transformar em um processo. “Esse é o erro da sociedade. Nós não estamos ouvindo as mulheres e, quando ouvimos, não acreditamos na palavra delas”, defende a promotora de Justiça Nathalie Malveiro.