Segundo a Defesa Civil de SC, "por volta da 1h da manhã, o mar avançou de forma súbita e percorreu uma longa extensão em direção ao continente". O fenômeno, também conhecido como "ciclone bomba", foi causado por um alinhamento de tempestades, que gerou alterações bruscas na pressão atmosférica. Uma linha de instabilidade, com ventos fortes, se propagou no oceano, amplificando as ondas à medida em que se aproximavam da costa.
"Quando há uma ressonância quase perfeita entre a velocidade da linha de instabilidade e das ondas no oceano, o efeito é intensificado, causando um avanço súbito do mar", disse o meteorologista Caio Guerra em uma publicação feita pela Defesa Civil do Estado. "O evento ocorreu em condições incomuns, já que os modelos meteorológicos não indicavam maré alta ou agitação marítima", afirmou o órgão do governo do Estado.
- A diferença entre tsunami comum e "tsunami meteorológico" é que o primeiro é causado por movimentação de placa tectônica abaixo do oceano, movimentando a água de baixo para cima e provocando ondas gigantes. Já o segundo é provocado por condições meteorológicas, especialmente ventos fortes, movimentando e intensificando as ondas de cima para baixo e para frente - geralmente, tem impacto muito menor que o primeiro.
Ainda conforme a Defesa Civil de SC, apesar de ser considerado um evento raro, outros tsunamis meteorológicos provocados por ciclones bombas já foram registrados no Litoral Sul de Santa Catarina, especialmente na primavera. O mais recente ocorreu em novembro do ano passado em Laguna.
"Felizmente, o evento desta madrugada não causou danos significativos nem deixou feridos. As autoridades reforçam a importância do monitoramento constante das condições meteorológicas e da conscientização da população sobre como agir em situações semelhantes."